Falar Saúde n.º 10
Amor seguro

Prof.ª Isabel Cristina e Daniela Oliveira, do 12.º BT1
07/02/2024

Os métodos contracetivos surgiram como forma de controlar a reprodução, permitindo a sua separação da relação sexual.
O ato sexual já foi visto como algo íntimo, ou seja, todos sabiam que se praticava, porém não se verbalizava, chegando mesmo a ser considerado um tabu. Hoje em dia, assistimos a um fenómeno contrário, isto é, o ato sexual passou de algo íntimo para algo banal e corriqueiro, entre muitos jovens, havendo mesmo uma desvalorização da chamada “perda da virgindade”, e não sendo, como deveria, algo sentido e cuidado.

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“O amor é cego, por isso os namorados nunca veem as tolices que praticam.”
William Shakespeare.

 

Esta mudança drástica de comportamentos leva muitas vezes a tomadas de decisões apressadas e mal informadas, pondo em causa, não só a prevenção da gravidez, mas também a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST) – antigamente designadas doenças venéreas (adjetivo derivado de Vénus, deusa romana do Amor), mas erroneamente dado que nem sempre se tratava de relações amorosas.


Existem, atualmente, muitos tipos de métodos contracetivos, e a sua escolha deve depender de uma “decisão voluntária e esclarecida sobre segurança, eficácia, custos, efeitos secundários e reversibilidade dos métodos disponíveis” (SNS 24), mas, entre os jovens, os métodos mais populares continuam a incluir a pílula para as mulheres e o preservativo para os homens.


A pílula é um método hormonal muito difundido, em particular entre as mulheres mais jovens, e nem sempre como método de controlo reprodutivo. Por vezes, a necessidade de regular o ciclo menstrual ou reduzir o acne, por exemplo, levam ao consumo de pílulas contracetivas de diferentes tipos. Em Portugal, a pílula oral pode ser comprada em farmácias, ou adquirida sem qualquer custo em centros de saúde após uma consulta de planeamento familiar com uma enfermeira. Esta consulta tem como objetivo a aquisição da pílula mais indicada para a mulher em questão, podendo ser necessária a troca da mesma em casos de incompatibilidade. No entanto, à semelhança de todos os métodos hormonais, esta não previne contra as DST, pelo que deve ser sempre utilizada em simultâneo com o preservativo masculino, o único método que, além de contracetivo, é eficaz na proteção contra doenças sexualmente transmissíveis. Só para que se tenha uma ideia, entre 2019 e 2021, as doenças sexualmente transmissíveis aumentaram em Portugal e ultrapassaram os números pré-pandemia. No caso da sífilis, nem os confinamentos fizeram diferença, já que a subida foi de 125%. A gonorreia aumentou 6% e a clamídia 11% (Fonte: Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças).


O preservativo masculino pode ser comprado em farmácias, supermercados e postos de gasolina, entre outros locais, rondando o preço os 0,83 cêntimos/preservativo, valor que varia de marca para marca. Existe uma grande variedade de escolha, no que diz respeito ao tamanho, forma, sensibilidade, lubrificação, etc., de forma a abranger todas as preferências pessoais. É importante realçar que a escolha do tamanho é fundamental, pois, se o preservativo não for adequado ao pénis do indivíduo, o prazer, a proteção e o efeito de contraceção podem ficar comprometidos.


Perante um tema quase inesgotável, só podemos desejar que este artigo seja mais um alerta para a importância de nos mantermos informados e recorrermos a métodos contracetivos seguros e eficazes, com vista a termos uma vida sexual satisfatória e segura e, decidir, quando e com que frequência queremos ter filhos. Na impossibilidade de abordarmos todas as vertentes, deixamos aqui algumas ligações, credíveis e fiáveis, para que de possa obter mais informações.


https://www.sns24.gov.pt/tema/saude-sexual-e-reprodutiva/contracecao/
https://contracecao.pt/
https://ipdj.gov.pt/infe%C3%A7oes-sexualmente-transmissiveis

Feliz Dia de S. Valentim!


Prof.ª Isabel Cristina e Daniela Oliveira, do 12.º BT1

 

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