FALAR SAÚDE Nº 9: Cupido: cérebro ou coração?

Prof. Isabel Cristina
15/02/2011

Amar e ser amado… Haverá lá melhor sensação? Talvez as opiniões se dividam, mas o que parece consensual é que todos associam este estado de euforia, transitória ou não, ao coração.

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Falar Saúde
15 de Fevereiro de 2011

 

 

 

 

 


Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
Fernando Pessoa


Falar Saúde Nº 9
Cupido: cérebro ou coração?

Amar e ser amado… Haverá lá melhor sensação? Talvez as opiniões se dividam, mas o que parece consensual é que todos associam este estado de euforia, transitória ou não, ao coração. Já Aristóteles (384-322 a.C.) afirmava, contra os seus contemporâneos, que o coração era o órgão do pensamento, das percepções e do sentimento, logo, do amor.

No entanto, nos últimos cinco anos, os estudos apontam para uma explicação bem diferente. Especialistas americanos em neurociências conseguiram provar que, relativamente ao amor, o cérebro "destrona" o coração. Estes estudos podem ser encontrados em várias revistas científicas, nomeadamente na Scientific American deste mês, onde pode ler-se:

“Homens e mulheres podem agora agradecer a uma dúzia de regiões no cérebro pelo seu fervor romântico. Investigadores revelaram as fontes do desejo, através da comparação de resultados obtidos em ressonâncias magnéticas, realizadas a pessoas que afirmaram estar a vivenciar o amor passional, o amor materno ou o amor incondicional. Juntas, as regiões cerebrais libertam, nestas circunstâncias, neurotransmissores e outras substâncias químicas, tanto no cérebro como no sangue, resultando numa maior sensação de euforia, atracção e prazer. Esta descoberta pode mesmo vir a ser útil nos tratamentos de psiquiatria, nomeadamente, para ajudar indivíduos que se encontram deprimidos.

A paixão também aumenta várias funções cognitivas, à medida que as regiões do cérebro e os produtos químicos interagem. "É tudo uma questão de interacção nesta rede", diz Stephanie Ortigue, professora assistente de Psicologia na Universidade de Syracuse e que liderou o estudo. As funções cognitivas, por sua vez, "são gatilhos que activam totalmente a rede do amor”.”

Posto isto, não se esqueçam que dar e receber afecto, numa união de cumplicidade, proporciona um bem-estar que, por sua vez, diminui o stress, reforça o sistema imunológico e, ainda, garante mais e melhor disposição para as actividades do dia-a-dia.

Deixo-vos aqui uma imagem da “rede do amor”, com a localização das áreas responsáveis por um cérebro apaixonado, bem como exemplos de neurotransmissores e seus efeitos. :


James W. Lewis, West Virginia University and Jen Christiansen
in Scientific American Magazine, Fevereiro 2011

Prof. Isabel Cristina

 

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