Visita ao Museu de Serralves

Sérgio Pereira
02/12/2010

Por estes dias quem for ao Museu de Serralves é confrontado, logo no átrio à chegada, ainda antes da entrada nas salas de exposições principais, com cartazes e imagens de cariz político e, sobretudo, por um grande painel vermelho que refere “seja marginal, seja herói”...

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O Internato

“Às Artes, Cidadãos!”
Visita ao Museu de Serralves

Por estes dias quem for ao Museu de Serralves é confrontado, logo no átrio à chegada, ainda antes da entrada nas salas de exposições principais, com cartazes e imagens de cariz político e, sobretudo, por um grande painel vermelho que refere “seja marginal, seja herói”. Passada a porta de acesso para a exposição, espera-nos uma imagem-choque, violência, imagem acompanhada por uma série de naifas, ordenadas e elevadas, como se estes objectos de guerra e barbaridade extrema pudessem ter direito a papel de destaque.

Serralves não nos engana, é logo perceptível, à entrada, o título da exposição que está no museu até Março de 2010: “Às Artes, Cidadãos!”, em tom de slogan activista, onde a política é um dos temas centrais das obras presentes. É uma exposição de intersecção da arte com a política, abordando questões tais como a democracia, o activismo, a cidadania, a memória, a imigração, as ideologias, a revolução, a utopia, a iconoclastia, a crise, a sexualidade, o ambiente ou a globalização, entre outras. A exposição apresenta obras produzidas por artistas nascidos a partir de 1961, ano da construção do Muro de Berlim, símbolo da divisão ideológica que marca a segunda metade do século XX.

Esta visita de estudo, inserida nos conteúdos programáticos da disciplina de Património e Museus, permitiu, aos alunos do Curso de Património e Turismo, conhecer um dos museus de arte contemporânea mais importantes de Portugal e da Europa, cujos motivos de interesse se estendem para além do museu em si. A envolver o museu, projectado por Siza Vieira, temos o parque de Serralves, com jardins e recantos luxuriantes e imponentes, onde se destacam os dois jardins principais, um mais moderno e minimalista, frente à casa de Serralves, e um segundo tipicamente romântico, permitindo perceber diferentes dinâmicas da arquitectura paisagista.

O serviço educativo é um dos serviços mais representativos da relação que os museus procuram estabelecer para com a sociedade, sendo orientados para o público escolar. Com a participação na oficina de artes “Fábrica de Sons”, os alunos puderam ver como se desenvolve uma actividade educativa e perspectivar sobre o trabalho nesta área. Nesta oficina criativa, uma espécie de fábrica de experiências sonoras, procurou-se recriar paisagens audíveis com recurso a instrumentos do quotidiano e a máquinas variadas, às quais se procurou atribuir uma dimensão visual para o conteúdo sonoro.

Sérgio Pereira


 

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