FALAR SAÚDE Nº 4: Retomar hábitos antigos (HIGIENE II)

Prof.ª Isabel Cristina
15/11/2010

Já chegaram os primeiros dias de frio e com eles a chuva, a roupa aconchegante, as depressões e as doenças respiratórias, como as constipações e as gripes...

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

  Rubrica
Falar Saúde
15 de Novembro de 2010

 

 

 

 

 


Lamentavelmente, os bons hábitos são muito mais fáceis de serem abandonados do que os maus.

William Maugham


Retomar hábitos antigos
(Higiene II)

Já chegaram os primeiros dias de frio e com eles a chuva, a roupa aconchegante, as depressões e as doenças respiratórias, como as constipações e as gripes. De facto, a gripe volta a ser uma preocupação nesta altura do ano, devido à diminuição da temperatura e ao aumento da humidade, dado que Portugal é um país de clima temperado. Estudos americanos mostram que estes dois factores facilitam a disseminação aérea do vírus Influenza e, como tal, o Outono e o Inverno podem trazer-nos a garganta inflamada e a tosse, o nariz entupido, as dores de cabeça e musculares, os arrepios e, com maior preocupação, a febre elevada que nos impede de sair de casa e cumprir as nossas rotinas.

Não obstante a temperatura e a humidade, existem outros factores potenciadores da disseminação do vírus da gripe, como é o caso da higiene que vou aqui destacar. O nariz, a garganta, as mãos e as unhas, são locais do organismo humano, por excelência, a ter em conta quando nos queremos proteger de ameaças várias, porque são locais de entrada ou porque estão em contacto com esses locais de entrada. Desde bactérias a fungos, de protozoários a vírus, os microrganismos patogénicos (que causam doença) estão por todo lado, incluindo o nosso corpo, daí que seja tão importante a higiene pessoal.

Nariz e garganta

O nariz e a garganta são componentes das vias respiratórias, sendo o nariz o primeiro local por onde o ar passa até alcançar os pulmões. Este órgão é responsável pela limpeza, humidificação e aquecimento do ar inspirado, através da presença de cílios e vasos sanguíneos, bem como da produção de muco. O nariz, tal como a garganta, possui ainda um complexo mecanismo de defesa, o qual, ao entrar em contacto com alguma substância tóxica, desencadeia uma resposta que impedirá esta substância de alcançar os pulmões. Claro que se este mecanismo fosse completamente eficaz dificilmente ficaríamos doentes!

Sendo assim, a higiene nasal assume um papel importante na prevenção de doenças respiratórias. Devemos assoar o nariz com regularidade, nomeadamente em épocas de produção exagerada de muco, e lavar todos os dias com uma solução adequada. O soro fisiológico e a água do mar esterilizada, à venda nas farmácias e parafarmácias, são as mais aconselhadas, até para os bebés cuja sensibilidade é significativa. A maneira mais simples é esguichar a solução, em cada narina, quantas vezes forem necessárias até que se sinta a desobstrução e, em seguida, assoar o nariz suavemente. Este gesto será suficiente para prevenir a desidratação e contaminação da cavidade nasal.

Quanto à higiene da garganta, esta começa com uma boa hidratação. Beber bastante água, evitando as grandes variações de temperatura (água gelada ou chá muito quente, por exemplo), e comer fruta, evitar o tabaco e o álcool e, ainda, evitar falar muito alto ou durante muito tempo, são formas de prevenir a desidratação e, consequentemente, infecções de garganta. Tal como já foi referido para o nariz, também o muco da garganta pode ser expelido para um lenço de papel, na falta de um sanitário nas proximidades. Perdeu-se o hábito das pessoas trazerem consigo um lenço de pano, mas não podemos esquecer o famoso lenço de papel, por sinal mais higiénico. Não tendo lenços, folhas dobradas de papel higiénico, ou mesmo guardanapos de papel, podem ser transportados no bolso, para as emergências. O que devemos sempre é evitar cuspir para o chão ou para a louça sanitária, sem possibilidade de limpeza em seguida. Não só revela falta de higiene, como falta de educação.

Mãos e unhas

Quem é que ainda não sabe o quanto é importante manter as mãos e as unhas limpas? O pânico de uma epidemia de gripe A, no ano transacto, relançou mais um velho hábito: lavar as mãos frequentemente. De facto, lavar as mãos deve fazer parte da rotina de todos, ajudando a reduzir a propagação de microrganismos patogénicos. É uma forma de nos protegermos a nós e a quem nos rodeia.

Sendo assim, devemos lavar as mãos correctamente (instruções em www.portaldasaude.pt), de preferência com água e sabão e durante cerca de 60 segundos, o mesmo tempo que levamos a cantar "Parabéns a você" duas vezes seguidas:

  • antes de comer ou manusear os alimentos;

  • após ter utilizado a casa-de-banho;

  • após assoar o nariz, tossir ou espirrar;

  • após tocar em animais ou nos seus dejectos;

  • após manusear resíduos;

  • antes e após tocar em doentes ou feridas.

No que respeita às unhas, estas devem manter-se limpas e curtas, devemos mesmo escová-las quando lavamos as mãos. Não as roer, uma vez que este hábito pode favorecer o crescimento irregular das mesmas, para além de criar um ambiente húmido o que favorece o ataque fúngico. E, por fim, não esquecer que alterações do aspecto das unhas podem indicar um problema de saúde, pelo que devemos procurar um dermatologista.

Prof. Isabel Cristina

 

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