FALAR SAÚDE Nº 3: Uma questão de odores (Higiene I)

Prof.ª Isabel Cristina
02/11/2010

«Uma questão de odores» é o primeiro de um conjunto de quatro artigos dedicados à higiene corporal. Desta vez o desafio partiu de alunos e colegas para que abordasse um dos temas, talvez mais badalados na saúde, mas que ainda assim não é, infelizmente, norma no dia-a-dia de todas as pessoas. Mas afinal o que se entende por higiene?

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

  Rubrica
Falar Saúde
1 de Novembro de 2010

 

 

 

 

 


A educação é a higiene do espírito, assim como a higiene é uma verdadeira educação do corpo.

Paolo Mantegazza


Uma questão de odores
(Higiene I)

“Uma questão de odores” é o primeiro de um conjunto de quatro artigos dedicados à higiene corporal. Desta vez o desafio partiu de alunos e colegas para que abordasse um dos temas, talvez mais badalados na saúde, mas que ainda assim não é, infelizmente, norma no dia-a-dia de todas as pessoas. Mas afinal o que se entende por higiene?

A higiene define-se como “o conjunto de meios e regras que procuram garantir o bem-estar físico e mental, prevenindo a doença” (www.infopedia.pt) e, neste sentido, abrange várias áreas da saúde, o que me levou a fazer uma selecção de temas que aposta, como sempre, nas preocupações/dúvidas dos nossos alunos.

Vamos então falar de maus odores, as suas causas e possíveis soluções para acabar com o problema. Não é difícil imaginar quais os locais do organismo que nos vêm logo à mente, quando pensamos em cheiros desagradáveis, pois não?! São esses mesmos que vamos “visitar”.

O odor corporal pode afectar o relacionamento social, como é o caso do cheiro de suor e do mau hálito, ou pode afectar apenas o relacionamento entre duas pessoas, como é o caso dos odores nas partes íntimas. Além de fundamental para o intercâmbio social, a higiene do corpo também é importante para a saúde. Inúmeras doenças, principalmente da pele, como as dermatoses (ex. Micoses), decorrem de falta de higiene. Manter o corpo asseado e as roupas limpas, é um imperativo para qualquer ser humano.

A transpiração (sudorese) é uma defesa natural do organismo contra o calor, graças ao papel termorregulador da água. Para além de manter a temperatura do corpo estável, a transpiração também tem a tarefa de eliminar toxinas. Por isso, por mais desagradável que possa parecer, suar é preciso. O pior é que geralmente o suor é acompanhado de um odor desagradável (bromidrose), devido à actuação das bactérias naturalmente presentes nas regiões de actuação das glândulas sudoríparas, em especial nas axilas e nos pés. Nestes últimos, a pele pode mesmo descamar ou apresentar um aspecto esbranquiçado, quando se instalam também os fungos causadores de micoses (pé-de-atleta) e, consequentemente, de maus cheiros.

Para evitar a bromidrose, os especialistas recomendam:

  • Mantermo-nos limpos. No banho diário, lavar os locais afectados, ensaboando bem e dando preferência a sabonetes anti-sépticos. A depilação das axilas também facilita a higiene nesta região;

  • Evitar deixar a pele húmida por muito tempo. Secar bem a pele após o banho, especialmente entre os dedos dos pés;

  • Aplicar um desodorizante. É importante distinguir aqui desodorizante de antitranspirante. Os desodorizantes anti-sépticos têm a função de neutralizar as bactérias responsáveis pelo odor desagradável. Podem ser usados diariamente, sem problemas, porque não limitam a transpiração. Os mais indicados são os desprovidos de perfume e os hipoalergénicos. Já os antitranspirantes são produtos químicos que contém elementos como, sais de alumínio, capazes de contrair os poros e diminuir a produção das glândulas sudoríparas. Apesar destes produtos não impedirem completamente a transpiração, é necessário cautela na sua utilização. São indicados em casos de hiperidrose (suor excessivo);

  • Trocar diariamente a roupa interior e evitar o uso de tecidos sintéticos, dando preferência ao algodão. As roupas retêm o calor do corpo e, por isso, favorecem o suor e a consequente produção de resíduos bacteriológicos que geram o mau cheiro. No entanto, o odor pode provir da própria roupa, e não do suor. Alguns tecidos sintéticos, como a licra dos tops, ficam mal cheirosos quando aquecidos pelo calor do corpo. Também a roupa que é lavada, mas que não foi bem enxaguada ou que demora a secar, principalmente na época de chuva, adquire um odor desagradável;

  • Manter o calçado limpo e ventilado. O calçado deve ser de boa qualidade, não utilizar o mesmo par de sapatos dois dias seguidos e, sempre que possível, optar por calçado aberto;

  • Ter cuidado com a alimentação. O que a pessoa come pode provocar maus cheiros. Certos componentes dos alimentos, como o alho, a cebola ou a cerveja, podem ser eliminados através do suor dando-lhe um odor característico.

Quanto ao mau hálito (halitose), são apontadas causas variadas para a sua ocorrência. É atribuído a refluxos do estômago que alcançam a garganta, à inflamação das gengivas, à simples presença de alimentos envelhecidos retidos entre os dentes, à cárie dentária e também as amígdalas que, em alguns casos, têm uma estrutura que facilita a retenção de resíduos e, neste caso, o único modo de eliminar o mau hálito definitivamente é através da cirurgia. Devemos sempre recorrer a profissionais de saúde para encontrar a possível causa do problema e independentemente da causa é imperativo manter uma higiene oral adequada que implique escovar os dentes e a língua, massajar as gengivas, utilizar fio dentário e colutórios

Prof. Isabel Cristina

 

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