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Rubrica
Falar Saúde
15 de Outubro de 2010 |
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Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade.
Madre Teresa de Calcutá
A propósito de fome…
Comemora-se a 16 de Outubro, o Dia Mundial da Alimentação, este ano
subordinado ao tema “Unidos Contra a Fome”. Este dia assinala a data de
fundação da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura), é celebrado há já 29 anos, actualmente em mais de 150
países, e tem como grande objectivo alertar a humanidade para a
importância e benefícios da alimentação saudável.
Como não poderia deixar de ser, gostaria de aproveitar esta oportunidade
para “mexer” com os nossos alunos, explorando um tema, ainda que de
forma breve, que, dizem eles, já está muito “batido”.
Vamos então esclarecer alguns mitos.
“Estudar é uma actividade passiva.”
Ao contrário do que muitos pensam, um estudante precisa de muita energia
para cumprir as suas tarefas escolares, desportivas e sociais. Só a
título de exemplo, um aluno do Colégio gasta, em média, cerca de 920
calorias durante as 7h diárias que passa na sala de aula. Isto, sem
contabilizar as calorias despendidas nas aulas de Educação Física, no
recreio, nem tendo em conta factores, como as estações do ano ou as
épocas de avaliação.
Assim, a dieta escolar, o regime alimentar que satisfaz as necessidades
de um estudante, deve incluir de tudo, mas tudo sem exagero. Até o
consumo de fast food só começa a tornar-se um problema quando é ingerida
em grandes quantidades e desprovida de acompanhamentos saudáveis como a
fruta ou as verduras.
“Os professores são uma seca, nunca mais toca para o intervalo!”
Nunca é demais focar a importância de um bom pequeno-almoço. Sair de
casa sem a energia necessária para enfrentar mais um dia de escola, leva
a que o cansaço, a desconcentração, a apatia e a má disposição tomem
conta do estudante, ou seja, leva a tudo o que um aluno deve evitar. Um
bom pequeno-almoço deve incluir fruta, produtos lácteos, cereais de
pequeno-almoço ou pão, pouco refinados e uma bebida como chá, infusão ou
água.
“Evitar os lanches nos intervalos ajuda-me a emagrecer.”
Quando fazemos jejum prolongado, o organismo entende que é preciso
guardar energia e passa a trabalhar de forma mais lenta. Dificulta o
processo de queimar gorduras e corremos o risco de desenvolver uma
gastrite, pois sem alimentos para digerir, o suco gástrico (que é ácido)
pode atacar as paredes do estômago, situação que se agrava naqueles
alunos mais ansiosos. Para além de tudo isto, chegamos à hora de jantar
cheios de fome. Vamos comer muito mais do que é aconselhável,
desequilibrar o organismo e perturbar uma noite de sono tranquila e
reparadora. A fruta, as bolachas integrais e os iogurtes são uma boa
opção para os pequenos lanches.
“Dizem-me para beber liquidos, mas não precisa ser água.”
Mentira! Os refrigerantes em geral, contêm algumas substâncias como
acidulantes e corantes que vão promover um melhor sabor e aceitação, mas
os seus efeitos colaterais, apesar de depender da sensibilidade de cada
um, podem ser graves. Um outro componente que está sempre presente, em
maior ou menor quantidade, é o açúcar. O excesso de açúcar, pode causar
cáries e, dependendo da sensibilidade e predisposição de cada indivíduo,
obesidade, agravar quadros de gastrite, diabetes e outras doenças.
Sendo assim, beber pelo menos 1,5 litros de água por dia é a melhor
opção, de preferência nos intervalos das refeições.
“Não gosto nada de couves!
O grupo dos frutos e produtos hortícolas é, na roda dos alimentos, o
grande fornecedor de vitaminas e sais minerais. São alimentos de baixo
teor calórico e, por serem ricos em fibras, contribuem para a saciedade,
sendo por isso muito importantes na prevenção e combate à obesidade. Uma
alimentação deficiente nestes nutrientes pode conduzir a um mau
funcionamento de diversos órgãos ou tecidos, em que se incluem, entre
muitos outros, os intestinos, a pele, as unhas ou os olhos. Experimentem
consumir mais sopa e mais saladas e verão a diferença.
Deixo-vos com estes tópicos para reflexão sobre um dos determinantes
mais importantes da nossa saúde e lembrem-se que a fome não se resume à
falta de alimentos no regime alimentar, mas inclui também a falta de
determinados nutrientes necessários à manutenção de uma vida saudável.
Para saber mais:
www.online24.pt/dia-mundial-da-alimentacao-2010/
www.fao.org/
sigarra.up.pt/fcnaup/
www.educare.pt
Prof. Isabel Cristina
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