Falar Saúde n.º 135
Cansaço ou fadiga?

Prof.ª Isabel Cristina
12/12/2025

Chegar ao fim do dia a desejar, apenas, descansar é perfeitamente normal. A escola, as atividades extracurriculares, o desporto, o tempo nas redes sociais… A rotina de um estudante pode ser mais exigente do que parece e a dos professores acumula, ainda, as tarefas familiares. No entanto, é importante reconhecer que nem todas as manifestações de falta de energia são iguais. Cansaço e fadiga são conceitos distintos, e compreender essa diferença é fundamental para identificar sinais que o corpo pode estar a transmitir.

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“Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada. ”
(Clarice Lispector)

 

O cansaço corresponde a uma resposta natural do organismo, após um período de esforço físico, mental ou emocional. Situações como um treino mais exigente, um dia repleto de aulas, pausas demasiado curtas ou uma noite de sono insuficiente podem originar esta sensação temporária de desgaste. Regra geral, o cansaço desaparece com descanso adequado, seja através de uma boa noite de sono, de um intervalo para relaxar ou de uma alimentação equilibrada que ajude a repor energia. É como carregar a bateria do telemóvel, liga-se e volta ao normal.


A fadiga, por outro lado, é mais profunda e persistente. Não é só “estar cansado”, é sentir que as energias estão sempre em baixo. Mesmo depois de dormir bem ou descansar, continuamos sem disposição, e pode vir acompanhada de dificuldade de concentração, irritabilidade, sensação de fraqueza ou falta de motivação. A fadiga pode ter várias causas: ritmos de sono irregulares, “stress” prolongado, ansiedade, alimentação inadequada, excesso de atividades, alterações hormonais ou determinadas condições de saúde. Por isso, é importante estar atento à possibilidade de esta sensação se prolongar.


Uma forma simples de perceber a diferença é lembrar que o cansaço melhora com descanso e tem um motivo claro, enquanto que a fadiga não passa com facilidade, dura semanas e pode surgir sem razão aparente.


Caso a sensação de falta de energia seja frequente, mesmo após noites de sono suficiente, ou comece a interferir no desempenho escolar, nas relações sociais ou no bem-estar emocional, é aconselhável procurar ajuda. Falar com alguém de referência e, se necessário, com um profissional de saúde pode ajudar a identificar e a resolver a origem do problema. Por vezes, pequenos ajustes (melhorar o sono, equilibrar o tempo entre estudo e lazer ou cuidar da saúde mental) já fazem uma grande diferença.


Vamos todos aproveitar a pausa do Natal para pôr o descanso em dia e evitar chegar à fadiga. É tempo de recuperar, de equilibrar corpo e mente, de nos reencontrarmos connosco e com os outros, a família e os amigos.


Boas festas!

 

Prof.ª Isabel Cristina

 

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