Visita de Estudo a Madrid dos alunos do 12.º AG e 12.º CG

Os alunos de 12.º de Artes e Indústrias Gráficas e Contabilidade e Gestão
04/05/2022

No dia 18 de abril, pelas 7 horas da manhã, 48 alunos dos Cursos de Artes e Indústrias Gráficas (AG) e de Contabilidade e Gestão (CG) com três professores (Dr.ª Maria José Queirós, Dr.ª Maria José Vidal e Dr. Rui Tibério) e o Sr. Jorge, prestimoso motorista, partiram para uma visita de estudo em Madrid.

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Logo de início se percebeu que a combinação de alunos destes dois cursos, ainda que improvável, iria resultar em pleno. Houve muitas vozes (des)afinadas, mas cheias de alma, desde o primeiro ao último momento, sempre juntos, mesmo que não todos ao mesmo tempo, muita cumplicidade e disposição noite dentro. Novas amizades nasceram, muitas recordações ficaram e até esteve presente a celebração do fim do ensino secundário marcado pelo confinamento dos atos e das relações.


Visitámos vários locais em apenas quatro dias. Cada lugar foi especial para nós, de formas diferentes, logicamente. Tínhamos expectativas muito altas: conhecer sítios novos e alargar o nosso conhecimento era o nosso principal objetivo e esse, temos a certeza, foi conseguido. Com a chegada a um país diferente, procurámos experimentar coisas novas. Porém, os pratos típicos não superaram as expectativas.


Ávila foi a primeira paragem da nossa viagem e, por isso, juntamente com toda a experiência, vivemo-la também com um ânimo e alegria bastante particulares. Logo à primeira vista, conseguimos entender o peso histórico da cidade e toda a sua atmosfera repleta de solenidade e misticismo. É a mais bela cidade amuralhada do mundo e é também Património da Humanidade protegido pela UNESCO. Com um perímetro de 2516 metros, com 87 torreões e 9 portas, as Muralhas de Ávila são das poucas do mundo que estão completas, circundando inteiramente a cidade. Além da vida e da história da cidade estar intimamente ligada à muralha, também do ponto de vista físico, a muralha é um testemunho dos tempos, das épocas por que passou esta linda cidade.


Toda a experiência desde o primeiro passeio para almoçar, como o subir às muralhas e calcorrear as suas ruas, fez-nos perceber a importância, a beleza e a dimensão histórica e física da cidade. Desvendar os segredos dos antigos, a sua realidade e a dinâmica do seu quotidiano foi, sem sombra de dúvida, uma experiência inolvidável.


No segundo dia, fomos visitar a Universidad Complutense, uma das mais conhecidas e conceituadas em solo espanhol, que nos permitiu adquirir informações sobre o plano curricular das ciências económicas e empresariais, o “campus” universitário e ainda conhecer alguns estudantes. Rumámos depois para o centro de Madrid, onde visitámos a fundação “La Caixa”, marcada pelo seu jardim vertical eleito como ponto de encontro. A hora de almoço, proporcionara-se roteiros alternativos, como o estádio Santiago Bernabéu, o Pestana Hotel Gran Via Madrid (Hotel CR/7), entre outros. Na parte da tarde, todos reunidos, visitámos o Parque do Retiro, nomeadamente o Palácio de Cristal, onde nos foi possível observar a beleza do parque e dos elementos naturais por ele compostos. No seguimento dessa atividade, seguimos para o Museu da Casa da Moeda, que nos deu um envolvimento histórico sobre a criação e evolução da moeda. É considerado um dos museus mais importantes do mundo no seu género, cujas origens remontam ao século XVIII, e a riqueza das suas coleções torna-o, de facto, um local único. À noite, devido à precipitação, ao cansaço e às questões de segurança, realizámos uma volta por Madrid de autocarro, para conhecer a vida noturna da cidade. O ambiente vivido nas ruas durante o dia era ativo e movimentado, mas, à noite, Madrid fechava-se e apagava a luz como se não nos quisesse por lá.


No terceiro dia, tentámos a visita ao Templo de Debod, templo egípcio do século II a.C., instalado no Parque do Quartel de Montanha, perto da Praça de Espanha. O templo foi doado a Espanha pelo governo egípcio para evitar que ficasse inundado devido à construção da grande barragem de Assuão. A visita veio a mostrar-se impossível para o grande grupo por causa da grande afluência de pessoas ao local. Seguidamente, decidimos conhecer as ruas de Madrid, tendo passado por algumas casas de uma fachada arquitetónica deslumbrante, pelo Palácio Real espanhol e pela Plaza Mayor. Na segunda parte do dia, fomos conhecer o Museu Rainha Sofia, caracterizado pelas suas exposições e obras de arte lindíssimas, sendo a mais destacada a “Guernica”, de Pablo Picasso que, segundo o Estado espanhol, está avaliada em 753 milhões de euros. Curiosamente, o Governo espanhol viria, no dia 26 de abril, a divulgar uma declaração institucional em que o Executivo, presidido por Pedro Sánchez, reconheceu que o bombardeamento de Guernica “se converteu em símbolo universal contra a barbárie e o horror de uma guerra”, um ataque a uma população civil similar aos que têm ocorrido nas cidades ucranianas. Alguns alunos de Artes ainda tiveram “pedalada” para acompanhar o professor Rui Tibério ao centro social e cultural "La Casa Encendida", que tinha em exibição as exposições de "Poemas que Nunca Mostraré", de Chiara Fumai, e "Buen Camino", de Marina Gonzales Guerrero.


A combinação das artes com a economia, a história, e a política acompanharam-nos numa simbiose que representava o grupo.


Também na estação da Atocha, inaugurada a 9 de fevereiro de 1851, comtemplámos a cobertura da nave principal que, desenhada pelo engenheiro Saint-James, apresenta medidas de 152 metros de largura, 48 de vão e 27 de altura, e é um dos traços mais distintivos da cidade. A estrutura metálica e a cobertura envidraçada que cobria as plataformas da estação facilitaram o seu uso como estufa com tanques. O jardim, com uma área de 4000 metros quadrados, alberga mais de 7000 plantas de 400 espécies diferentes, procedentes da América, Ásia e Austrália. Novamente percebemos que, no ano em que a maioria de nós tinha nascido (2004), 192 pessoas de 17 nacionalidades morreram nos atentados perpetrados pelo EI (Estado Islâmico). Os autores do atentado receberam o veredicto a 31 de outubro de 2007. As penas variam de 34 715 a 42 924 anos de prisão, embora a pena máxima de prisão seja 40 anos em Espanha. Prestámos homenagem às vítimas junto do memorial que lhes é dedicado.


No quarto dia, as malas foram feitas para o regresso a Portugal sem antes desfrutarmos do silêncio e da paz que sente no Vale dos Caídos, monumento na serra de Guadarrama, mandado erigir por Francisco Franco, em 1939, em homenagem aos que morreram na Guerra Civil Espanhola. Apesar de terem estado envolvidos engenheiros e especialistas na construção que decorreu de 1940 a 1958, o grosso do trabalho foi feito por presos políticos de Franco em troca, segundo os historiadores, de reduções de penas. Aponta-se para o facto de que, pelo menos, 20 mil presos republicanos tenham trabalhado na construção do monumento. Apesar de ser um monumento que traz à memória os milhares de combatentes sepultados na Guerra Civil Espanhola, faz-nos manter os pés na terra, percebendo a nossa insignificância perante um Mundo tão grande, e faz-nos, também, pensar nas nossas escolhas, no nosso passado e no nosso contributo para o que aí vem. Completamente diferente de qualquer outra das experiências, mas foi, igualmente, uma experiência enriquecedora.


A seguir, houve paragem não prevista, gentileza do nosso motorista. Parámos para brincar na neve. Tão bom! Tão genuinamente libertador.


Salamanca foi a última paragem: cidade de enorme beleza histórica e cultural. Cada pormenor e cada traço revela uma construção antiga e romana com predominância do estilo barroco. Logo no início da nossa visita, atravessámos a Ponte Mayor del Tormes, a ponte principal que dá acesso à parte sul da cidade. Esta ponte romana foi construída no século I e é um dos principais destaques da cidade. De seguida, rumámos a Plaza Mayor de Salamanca, construída no período de 1729 a 1756, em estilo barroco. Durante esta visita, assistimos a uma festa universitária, em que os estudantes estavam trajados de diferentes maneiras. Programada estava uma visita à exposição de arte nova, no museu Casa Lis.


Enfim, regressámos de alma cheia de uma visita inesquecível, com momentos também inesquecíveis, em que se incluem também os estrugidos feitos nas cozinhas dos quartos para reconforto na ceia e os intermináveis roteiros noturnos entre o piso 3 e 5 do Hotel Vertice Madrid, espaço privilegiado para desfile de pijamas e baralho de cartas.

 

Os alunos de 12.º de Artes e Indústrias Gráficas e Contabilidade e Gestão

 

 

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