|
Se nos sentarmos agora, podemos ser
atropelados mais tarde.
Franklin D. Roosevelt
Falar Saúde Nº 17
Missão: Diagnosticar
No seguimento dos dois últimos artigos, aproveito para vos alertar mais
uma vez para os perigos do sol mas, desta feita, no pior dos cenários: o
aparecimento do melanoma!
O que é um melanoma?
O melanoma é o cancro da pele mais perigoso e um dos tumores malignos
mais agressivos da espécie humana. Origina-se a partir dos melanócitos
da epiderme, células responsáveis pelo fabrico do pigmento natural
(melanina) que dá a cor bronzeada à pele e parece estar associado à
exposição solar intermitente, aguda e intempestiva, muitas vezes
acompanhada de queimaduras solares ("escaldões"), especialmente quando
ocorrem em idades jovens.
O melanoma maligno pode surgir sobre pele aparentemente sã, em qualquer
parte do corpo ou sobre sinais preexistentes. O aspecto inicial do
melanoma é variado, mas caracteriza-se, habitualmente, pelo aparecimento
de um pequeno nódulo ou mancha, de cor negra de alcatrão, sobre pele
aparentemente sã ou sobre um sinal já existente.
As pessoas mais susceptíveis de desenvolver um melanoma são as que:
-
Têm antecedentes familiares de melanoma.
-
Tenham tido no passado um melanoma.
-
Tenham sinais que se alteram.
-
Sejam portadoras de um grande número de sinais.
-
Tenham pele clara e olhos azuis, que sofrem facilmente de queimaduras
solares e/ ou que se bronzeiam com dificuldade.
-
Tenham antecedentes de queimaduras solares na infância e/ ou
adolescência.
-
Trabalhem ou exerçam actividades ao ar livre.
O tratamento é quase sempre cirúrgico e, quando efectuado nas fases
iniciais, em que o tumor ainda é muito fino (espessura inferior a meio
milímetro), atinge elevadas taxas de cura. Todavia, quando o tumor já é
muito espesso (espessura superior a quatro milímetros), as
probabilidades de cura ficam drasticamente reduzidas, existindo o risco
eminente de metastização à distância. O diagnóstico precoce é, pois,
fundamental.
Como reconhecer um melanoma?
A maior parte dos indivíduos tem lesões pigmentadas no corpo: sinais,
sardas, manchas de cor escura. Num adulto existem pelo menos 25 sinais
em todo o corpo. Apenas um pequeno número são de nascença e a maioria
vão surgindo com o crescimento. A maior parte destes sinais vulgares são
benignos; todavia, uma alteração recente na forma pode ser o primeiro
indício de transformação em melanoma ou de outro tipo de cancro da pele.
O auto-exame cutâneo regular é a melhor forma de nos familiarizarmos com
as manchas pigmentadas e os sinais. O melanoma maligno diferencia-se bem
das lesões benignas ou vulgares. Quando fazemos o auto-exame cutâneo
deveremos ter particular atenção no tamanho dos sinais, à sua forma,
bordo, cor e evolução.
Se descobriram um novo sinal, pigmentado, e constataram alguma
modificação apliquem a regra ABCDE:
-
A: Assimetria (a forma do sinal é irregular, não redonda)
-
B: Bordo (o contorno do sinal é irregular, mal delimitado)
-
C: Cor (o sinal não apresenta uma cor uniforme, tem várias cores)
-
D: Diâmetro (o diâmetro do sinal é superior a 5 mm)
-
E: Espessamento recente
Para fazerem uma ideia…

Benigno:
Sinal de aspecto normal. Contorno regular.

Duvidoso:
Contorno irregular com cor desigual. Talvez benigno, necessita ser
examinado pelo médico.

Maligno:
Contorno irregular, cor negra, não uniforme. Melanoma superficial.
Diâmetro superior a 10 mm. Tratar sem demora.

Maligno:
Melanoma nodular. Forma irregular e cor desigual. Tratar sem demora.
(Fontes consultadas: Portal da Saúde e Associação Portuguesa do Cancro
Cutâneo)
Termino, dizendo que foi um prazer escrever para vós ao longo deste ano
lectivo e agradecendo a todos quantos comentaram de forma construtiva
esta rubrica.
Votos de umas boas férias, sem nunca esquecer os pequenos gestos
diários, que podem evitar virmos a ser “atropelados mais tarde”.
Prof. Isabel Cristina
|