FALAR SAÚDE Nº 16: MISSÃO: Proteger

Prof. Isabel Cristina
01/07/2011

De facto há erros que se devem evitar, até porque hoje sabemos mais, e heranças que não fazem qualquer sentido quando se trata de defender a nossa saúde.

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

  Rubrica
Falar Saúde
1 de Julho de 2011

 

 

 

 

 


Há quem defenda os seus erros como se estivesse a defender uma herança.
Edmund Burke


Falar Saúde Nº 16
Missão: Proteger

De facto há erros que se devem evitar, até porque hoje sabemos mais, e heranças que não fazem qualquer sentido quando se trata de defender a nossa saúde. Longe vai o tempo em que os nossos antepassados nada sabiam sobre protecção solar e, por isso, nada usavam. Nos dias que correm, só não reconhece, quem não quer, a importância que os filtros solares têm para a vitalidade da nossa pele, nem tão pouco que existe uma diversidade de produtos que podem satisfazer todos os gostos.

Muito se poderia dizer sobre os escudos protectores, mas decidi focar, desta vez, dois aspectos que não são tão abordados quando nos aconselhamos no sentido de adquirir um destes produtos no mercado, independentemente das marcas comerciais.

Como actuam os filtros solares?

Um bom filtro solar deve defender-nos como uma segunda pele, ou seja, deve absorver, dispersar ou reflectir os raios ultravioletas. Na realidade, um filtro é uma molécula que absorve energia luminosa, num leque determinado de comprimentos de onda, permitindo reduzir a quantidade de raios UV (A ou B) que atravessam a pele e alcançam as células.

Para que um filtro seja eficaz, deve ser estável. A fotoestabilidade deve constituir uma qualidade básica, mas nem sempre assim é. Alguns fotoprotectores alteram-se e perdem eficácia, à medida que recebem energia solar. Uma pessoa pensa estar protegida, mas um filtro pode, por vezes, perder até 70% da sua eficácia, numa hora de exposição.

Os fotoprotectores solares podem ser de dois tipos: físicos ou químicos.

Filtros físicos – actuam reflectindo os raios UV no exterior da pele, isto é, formam uma barreira protectora, para que o organismo não os absorva. O mais conhecido é o de dióxido de titânio e óxido de zinco. Devido à sua natureza mineral, este filtro é inerte, pelo que pode ser usado em peles sensíveis e intolerantes. A sua presença faz com que o produto apareça branco, opaco e, por vezes, pastoso.

Filtros químicos – absorvem a energia dos raios solares, através de reacções químicas no interior da epiderme. Penetram perfeitamente na pele e são fáceis de aplicar. No entanto em concentrações elevadas, podem causar irritações nas peles mais sensíveis. Neste grupo destacam-se os filtros UVA, que protegem contra o envelhecimento e alergias solares, os filtros UVB, que protegem das queimaduras, e a vitamina E, que neutraliza os radicais livres. Frequentemente utiliza-se uma mistura de filtros químicos num só produto, porque os diferentes filtros químicos absorvem radiações de distintos comprimentos de onda.

Como usar correctamente um filtro solar?

Em 1962, falou-se pela primeira vez do conceito de factor de protecção solar. Hoje, podemos verificar que todos os produtos solares ostentam um número na embalagem, junto às letras FPS ou SPF (Factor de Protecção Solar), ou IP (Índice de Protecção), que indicam a protecção que o produto nos proporciona. Quanto mais elevado for o número, maior é a protecção. Por exemplo, IP10 significa que, se uma pessoa de pele clara demora 5 minutos a queimar-se ao Sol, com este factor de protecção demorará 50 minutos, ou seja, 10 vezes mais tempo.

Quanto às normas básicas de aplicação…

  • Espalhar o produto antes de sair de casa, até porque alguns filtros químicos só começam a actuar depois de serem totalmente absorvidos pela pele.

  • Reaplicar frequentemente o produto, de hora a hora ou cada vez que vamos ao banho.

  • Optar por uma protecção elevada nos primeiros dias de exposição para depois ir baixando à medida que a pele fica morena.

  • Usar protector durante todo o ano, nas zonas permanentemente expostas, nomeadamente as mais sensíveis como o nariz, a boca ou o contorno dos olhos.

Espero ter sido esclarecedora ao ponto de vos levar a ler atentamente os rótulos da panóplia de filtros solares existentes no mercado, de forma a que possam escolher o produto mais adequado ao vosso tipo de pele e ao momento de exposição ao Sol. E lembrem-se que não é apenas a textura que determina o grau de protecção. Já a embalagem, o perfume e a marca são apenas acessórios.

Prof. Isabel Cristina

 

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