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Rubrica
Falar Saúde
1 de Julho de 2011 |
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Há quem defenda os seus erros como se
estivesse a defender uma herança.
Edmund Burke
Falar Saúde Nº 16
Missão: Proteger
De facto há erros que se devem evitar, até
porque hoje sabemos mais, e heranças que não fazem qualquer sentido
quando se trata de defender a nossa saúde. Longe vai o tempo em que os
nossos antepassados nada sabiam sobre protecção solar e, por isso, nada
usavam. Nos dias que correm, só não reconhece, quem não quer, a
importância que os filtros solares têm para a vitalidade da nossa pele,
nem tão pouco que existe uma diversidade de produtos que podem
satisfazer todos os gostos.
Muito se poderia dizer sobre os escudos
protectores, mas decidi focar, desta vez, dois aspectos que não são tão
abordados quando nos aconselhamos no sentido de adquirir um destes
produtos no mercado, independentemente das marcas comerciais.
Como actuam os filtros solares?
Um bom filtro solar deve defender-nos como uma
segunda pele, ou seja, deve absorver, dispersar ou reflectir os raios
ultravioletas. Na realidade, um filtro é uma molécula que absorve
energia luminosa, num leque determinado de comprimentos de onda,
permitindo reduzir a quantidade de raios UV (A ou B) que atravessam a
pele e alcançam as células.
Para que um filtro seja eficaz, deve ser
estável. A fotoestabilidade deve constituir uma qualidade básica, mas
nem sempre assim é. Alguns fotoprotectores alteram-se e perdem eficácia,
à medida que recebem energia solar. Uma pessoa pensa estar protegida,
mas um filtro pode, por vezes, perder até 70% da sua eficácia, numa hora
de exposição.
Os fotoprotectores solares podem ser de dois
tipos: físicos ou químicos.
Filtros físicos – actuam reflectindo os raios
UV no exterior da pele, isto é, formam uma barreira protectora, para que
o organismo não os absorva. O mais conhecido é o de dióxido de titânio e
óxido de zinco. Devido à sua natureza mineral, este filtro é inerte,
pelo que pode ser usado em peles sensíveis e intolerantes. A sua
presença faz com que o produto apareça branco, opaco e, por vezes,
pastoso.
Filtros químicos – absorvem a energia dos raios
solares, através de reacções químicas no interior da epiderme. Penetram
perfeitamente na pele e são fáceis de aplicar. No entanto em
concentrações elevadas, podem causar irritações nas peles mais
sensíveis. Neste grupo destacam-se os filtros UVA, que protegem contra o
envelhecimento e alergias solares, os filtros UVB, que protegem das
queimaduras, e a vitamina E, que neutraliza os radicais livres.
Frequentemente utiliza-se uma mistura de filtros químicos num só
produto, porque os diferentes filtros químicos absorvem radiações de
distintos comprimentos de onda.
Como usar correctamente um filtro
solar?
Em 1962, falou-se pela primeira vez do conceito
de factor de protecção solar. Hoje, podemos verificar que todos os
produtos solares ostentam um número na embalagem, junto às letras FPS ou
SPF (Factor de Protecção Solar), ou IP (Índice de Protecção), que
indicam a protecção que o produto nos proporciona. Quanto mais elevado
for o número, maior é a protecção. Por exemplo, IP10 significa que, se
uma pessoa de pele clara demora 5 minutos a queimar-se ao Sol, com este
factor de protecção demorará 50 minutos, ou seja, 10 vezes mais tempo.
Quanto às normas básicas de aplicação…
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Espalhar o produto antes de sair de casa,
até porque alguns filtros químicos só começam a actuar depois de
serem totalmente absorvidos pela pele.
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Reaplicar frequentemente o produto, de hora
a hora ou cada vez que vamos ao banho.
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Optar por uma protecção elevada nos
primeiros dias de exposição para depois ir baixando à medida que a
pele fica morena.
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Usar protector durante todo o ano, nas
zonas permanentemente expostas, nomeadamente as mais sensíveis como
o nariz, a boca ou o contorno dos olhos.
Espero ter sido esclarecedora ao ponto de vos
levar a ler atentamente os rótulos da panóplia de filtros solares
existentes no mercado, de forma a que possam escolher o produto mais
adequado ao vosso tipo de pele e ao momento de exposição ao Sol. E
lembrem-se que não é apenas a textura que determina o grau de protecção.
Já a embalagem, o perfume e a marca são apenas acessórios.
Prof. Isabel Cristina
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