Visita de estudo à Casa do “Design”, à Casa da Arquitetura e ao Museu de Serralves

Curso de Artes e Indústrias Gráficas
26/10/2022

No dia 20 de outubro, os alunos das turmas do 10.º e 11.º anos, do curso de Artes e Indústrias Gráficas, realizaram uma visita de estudo à Casa do “Design”, à Casa da Arquitetura e ao Museu de Serralves.

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A primeira exposição visitada foi "PORTUGAL POP. A Moda em Português 1970-2020", patente na Casa do “Design” em colaboração com o MUDE - Museu do “Design” e da Moda. “PORTUGAL POP” apresenta uma seleção de 200 coordenados de moda de “designers” de diferentes gerações, percursos e linguagens e propõe múltiplos diálogos sobre a moda na música, no espetáculo, nos ofícios tradicionais e na sustentabilidade, abrindo o debate sobre as identidades da moda portuguesa e o seu valor cultural, económico e social.


Na Casa da Arquitetura, visitámos a Exposição “Flashback / Carrilho da Graça” com curadoria de Marta Sequeira. Tendo como base o acervo relativo a mais de 40 anos de trabalho depositado pelo arquiteto na Casa da Arquitetura, “Flashback / Carrilho da Graça” permite reviver o momento da elaboração de vários projetos representados através de desenhos, filmes, maquetas e fotografias, a que se somam diversas referências externas à sua obra provenientes de museus e coleções privadas nacionais e internacionais, convidando à exploração do processo criativo do arquiteto.


Na parte de tarde, no Museu de Serralves, tivemos oportunidade de ver as exposições dos artistas Rui Chafes, Cindy Sherman e Ryoji Ikeda. “Chegar sem partir” é uma grande exposição de Rui Chafes, que se estende do interior do edifício aos jardins exteriores do museu, que servem como inspiração e cenário para uma reflexão sobre a diversidade da sua prática escultórica. Com curadoria de Philippe Vergne e Inês Grosso, e planeada em estreito diálogo com o artista, esta mostra cobre mais de três décadas de atividade e convida-nos a revisitar momentos marcantes do percurso de um dos mais relevantes escultores da atualidade.


Com uma obra teórica conceptualmente ancorada nas premissas fundamentais do gótico tardio e do romantismo alemão, enriquecida pelas heranças universais de Marcel Duchamp (1887–1968), dos pós-minimalistas americanos e de artistas incontornáveis como Joseph Beuys (1921–1986), Chafes é um autor que se define por uma consistência e rigor incomuns na criação de famílias de objetos enigmáticos e misteriosos, sombras ou negativos de um mundo que encarcera e aprisiona o vazio, o silêncio absoluto: casulos, ninhos, insetos, couraças, máscaras ou peças de vestuário representam simultaneamente uma memória e uma pele que protegem e anunciam um corpo ausente.


“Metamorfoses”, uma exposição de Cindy Sherman, apresenta uma série de obras que atravessam a carreira da artista desde o seu início até às obras mais recentes. A exposição foi organizada em diálogo com a artista e em parceria com o “The Broad Art Foundation”, Los Angeles, uma instituição que coleciona exaustivamente o trabalho de Sherman há mais de trinta anos. Sobretudo conhecida por imagens em que se retrata como modelo da sua própria obra, encarnando o papel de estereótipos femininos convencionados pelos “media” num vasto leque de personagens e ambientes, Cindy Sherman fotografa sozinha no seu estúdio, atuando como diretora artística, fotógrafa, maquilhadora, cabeleireira e intérprete do papel a desempenhar. A prática do retrato que iniciou há décadas é responsável por algumas das mais marcantes e influentes imagens da arte contemporânea. Para esta ambiciosa apresentação em Serralves, as salas do museu sofreram uma radical transformação, criando um cenário teatral para acolher o “storyboard” que as fotografias da artista compõem. A mostra inclui também um trabalho inédito, especialmente concebido para o Museu de Serralves: um extenso mural fotográfico, que dá à exposição uma singularidade adicional.


As obras de Sherman, composições e narrativas individuais, remetem para um repertório completo e complexo de identidades femininas: mas, enquanto os trabalhos iniciais estão repletos de emoções visíveis, nas fotografias mais tardias, as emoções vão sendo gradualmente excluídas. As obras não são autorretratos, mas, sim, representações aperfeiçoadas pela distância da câmara ou objetiva que as capta ou, como comentou Rosalind Krauss, são “uma cópia sem um original”. O trabalho de Cindy Sherman deve ser visto como uma dramaturgia para uma peça em que a artista é simultaneamente sujeito e objeto da sua obra, com a qual constrói uma constelação totalmente sua.


Ryoji Ikeda apresenta uma nova exposição, intitulada “Micro/Macro”. É o culminar da residência do artista no CERN, “European Organization for Nuclear Research Switzerland”, onde realizou pesquisas em física quântica e visualizou essa pesquisa. Em particular, Ikeda trabalhou com a Escala de Planck, uma escala para medir átomos, os menores blocos de construção do universo já identificados.


Em “Micro/Macro”, Ikeda usa a Escala de Planck para contrastar escalas microscópicas, macroscópicas e percetíveis pelo homem. Ao fazê-lo, torna visível o invisível e concebível o incompreensível. Dessa forma, ele busca abrir novas maneiras de pensar e discutir os blocos de construção do universo e as múltiplas escalas em que eles interagem.

 


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