AJ ESCLARECE
“Kristallnacht” - “Noite dos Cristais”

Alunos do 12.º AJD, da via científica
14/11/2019

“Todo o indivíduo é único e nunca deve ser objeto de generalizações, não podemos deixar que as nossas sociedades sejam divididas entre nós e eles, nós contra outros. Toda a pessoa tem o direito e pode reivindicar ser vista como um indivíduo pelo Estado”.

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A chanceler alemã, Angela Merkel, discursava na cerimónia que recordava a “Noite dos Cristais» que, a 9 de novembro de 1938, marcou o início da onda de violência contra os judeus em toda a Alemanha.


Os ataques aparentavam ser uma forma de revolta da população alemã sob o pretexto do assassinato do diplomata alemão Ernst vom Rath por um adolescente judeu em Paris.


No entanto, a verdade é que o ministro alemão da propaganda, Joseph Goebbels, e outros líderes nazistas tinham já planeado, cuidadosamente, a carnificina dos judeus que se avizinhava, muito antes desta acontecer.


Em apenas dois dias, mais de 250 sinagogas foram queimadas, cerca de 7 000 estabelecimentos comerciais judaicos foram destruídos, dezenas de judeus foram mortos. Cemitérios, hospitais, escolas e casas judias foram alvo de furto e destruição, e tudo isto ocorreu diante de uma total indiferença das autoridades locais, dos bombeiros e da população.


Na manhã seguinte, 30 000 judeus alemães do sexo masculino foram presos por terem cometido o «crime» de terem nascido judeus. Posteriormente, começaram a ser enviados para campos de concentração, e, durante o inquietante trilho até esses espaços, muitos judeus sofreram, de imediato, a sentença do «crime que tinham cometido à nascença», acabando por morrer.


Algumas mulheres judias foram igualmente detidas e enviadas para prisões locais. Estabelecimentos comerciais, propriedade de judeus, não puderam ser reabertos, exceto os que passaram a ser geridos por «não- judeus». Toques de recolher foram impostos, limitando as horas do dia em que os judeus podiam sair de casa.


Após a “Kristallnacht” - “Noite dos Cristais”, a vida de adolescentes e crianças judias na Alemanha e na Áustria tornou-se ainda mais difícil: além de terem sido impedidos de entrar em museus, parques e piscinas, foram também expulsos das escolas públicas e do acesso à faculdade.


As famílias judias, como a de Anne Frank, passaram a viver totalmente isoladas nestes países. Desesperados, muitos judeus cometeram suicídio, e muitos outros tentaram fugir.


Esta noite ficou igualmente conhecida como a «Noite dos vidros partidos», expressando assim os inúmeros estragos que provocou contra os judeus na Alemanha Nazi, marcando o início do maior ato de genocídio alguma vez cometido, deixando, para sempre, «cicatrizes irreparáveis» em toda a Humanidade.


Nas palavras do historiador Dan Diner, de Leipzig (Alemanha), citadas pela revista “Der Spiegel”, foi "a catástrofe antes da catástrofe". A última catástrofe foi a "solução final", a máquina infernal posta em prática pelos nazis para eliminar todos os judeus da face do planeta nas câmaras de gás.

 

 

Alunos do 12.º AJD, da via científica


 

 

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