Um dia dedicado ao setor metalúrgico e metalomecânico em Portugal

Catarina Azevedo, do 12.º CG
07/02/2017

No passado dia 4 de janeiro, os alunos do 12.º ano dos cursos de Contabilidade e Gestão e de Marketing e Estratégia Empresarial, participaram num dia de aulas diferente, dedicado ao setor metalúrgico e metalomecânico em Portugal.

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O Internato

Um dia dedicado ao setor metalúrgico e metalomecânico em Portugal

No início deste segundo período, no dia 4 de janeiro de 2017, os alunos do 12.º ano dos cursos de Contabilidade e Gestão e de Marketing e Estratégia Empresarial, do Colégio Internato dos Carvalhos (CIC), participaram num dia de aulas diferente, dedicado ao setor metalúrgico e metalomecânico em Portugal.

Este dia foi organizado pela aluna Catarina Machado de Azevedo, do curso de Contabilidade e Gestão, no âmbito da Formação em Contexto de Trabalho e do produto da Prova de Aptidão Tecnológica, na medida em que a entidade protocolada com o Colégio para a referida formação e prova é a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP).

À saída do Colégio, a excitação já era visível na cara de todos. Os alunos do CIC sabiam que iria ser um dia recheado de aprendizagem, o que os tornou motivados e sedentos de novas aprendizagens.


Visita à Mecânica Exacta, S.A.

Eram 9h00 em ponto quando entraram na Mecânica Exacta, SA – empresa pertencente ao setor metalúrgico e metalomecânico, situada em São Paio de Oleiros. Foram recebidos e conduzidos por um acionista desta e ex-aluno do CIC, o Dr. Carlos Malta.

Após uma pequena apresentação acerca das atividades da empresa e alguns relatos dos 64 anos da sua história, seguiram para a fábrica, onde viram os cerca de 80 trabalhadores a fabricar máquinas, a principal atividade da empresa.

A Mecânica Exacta produz máquinas de acordo com as necessidades do cliente, por encomenda. Estas apenas têm uma base padrão, mas, posteriormente, tudo é adaptado e dirigido para a atividade do cliente, sendo o setor automóvel aquele que mais requisita esta empresa.

Os produtos da Mecânica Exacta têm apoio pós-venda e, caso o cliente queira, posteriormente podem ser adicionadas peças/instrumentos à máquina inicial. Estes são serviços que não se encontram com facilidade e é por isso que compensa comprar as máquinas da Mecânica Exacta, é nisto que esta empresa se distingue.

Estas máquinas têm elevada incorporação de engenharia, bastante tecnologia envolvida e vários anos de estudo, acompanhando sempre a evolução observada na indústria.

As máquinas que vendem têm um elevado valor acrescentado.

Não têm concorrentes diretos no mercado nacional, mas encontram-nos facilmente em Espanha e Itália. As suas exportações têm um peso considerável no volume de negócios.

A visita de estudo revelou-se bastante profícua.

Os alunos demonstraram um comportamento exemplar e bastante interesse acerca do tema abordado e das atividades da empresa. Viram coisas que, provavelmente, nunca tiveram oportunidade de observar, e que os vai ajudar tanto durante os seus estudos como durante a sua vida profissional.


Visita ao ISAG


Os alunos foram encaminhados para o auditório, sendo recebidos com pipocas, num ambiente acolhedor e familiar.

Tudo decorreu como planeado: primeiramente, assistiram a uma palestra sobre “Internacionalização” (a pedido meu), depois visitaram as instalações do ISAG e, seguidamente, almoçaram.

Durante a apresentação, foram abordadas as exportações, no seu geral, de Portugal, os mercados para onde Portugal exporta mais e também o setor do calçado, em comparação com o setor metalúrgico e metalomecânico.

O professor Abílio Vilaça, do ISAG, deu a conhecer que Portugal ocupa posições vantajosas nos “rankings” de competitividade, da maior economia, de desenvolvimento humano, de segurança e de hospitalidade turística, o que significa que Portugal é um país com interesse para o desenvolvimento económico futuro.

Mas também referiu as PME. Fez saber que estas têm conseguido conquistar posições de relevo e que, sendo flexíveis e dinâmicas, possuem maior capacidade de adaptação à incerteza que caracteriza os mercados na atualidade.

Os alunos ficaram a perceber que o país para onde Portugal exporta mais é Espanha e que o setor do calçado português, por muito bom que seja – e é, todos o reconhecem – em números não se aproxima do setor metalúrgico e metalomecânico.

Durante a abordagem do professor Abílio Vilaça ao setor metalúrgico e metalomecânico, foram referidas empresas portuguesas importantes que nunca nenhum dos presentes tinha ouvido falar, empresas estas que são fundamentais para a internacionalização de Portugal, dado os seus volumes de exportação, sendo elas:

Estas quatro empresas, entre outras, aparecem já implantadas em mais de três dezenas de mercados internacionais e em franco desenvolvimento.

Chegaram a conclusões, tais como: Portugal tem conseguido melhorar a sua balança comercial, ou seja, está no caminho certo, e que vive um período muito virtuoso do desenvolvimento de setores que estão a ter um forte contributo na internacionalização da economia.

Os alunos assistiram às atuações das tunas do ISAG: a tuna feminina, sempre muito afinada, e a tuna académica (masculina), que, com a boa disposição e com um jogo de palavras, animou todos os presentes, entusiasmaram a plateia, entre palmas, risos e votos de sucesso na vida.

Seguidamente, visitaram as instalações do ISAG, nomeadamente a biblioteca e o gabinete de internacionalização.

O almoço foi muito convidativo, uma refeição que quase toda a juventude aprecia – panados! Foi oferecido pelo ISAG e foi bastante agradável e retemperador.
Esta foi a visita que os alunos mais apreciaram, penso que devido ao facto de ser uma realidade que se aproxima – o ensino superior – e que, para alunos do 12.º ano, já começa a ser muito presente.


AIMMAP

A AIMMAP é uma das associações de apoio ao setor metalúrgico e metalomecânico, sediada no Porto. Foi fundada em 1957 e, atualmente, é das associações mais representativas do país.

Apresentação na AIMMAP

Na ida à AIMMAP, houve uma apresentação do setor, feita pela Catarina, aluna do CIC, com a cooperação do Dr. Gonçalo Lobo Xavier da AIMMAP.

Após uma breve apresentação do Dr. Gonçalo e alguns relatos da sua juventude, iniciou-se a apresentação.

Falou-se da evolução do setor entre 2010 e 2014: do pessoal que emprega, da distribuição geográfica das empresas e respetiva dimensão, do comércio internacional e do volume de negócios (tal como está no enquadramento e na evolução do setor ao longo dos anos).

Foram abordadas as atividades, os objetivos e o modo de funcionamento da AIMMAP, tal como a TecnoMetal – revista publicada pela AIMMAP de 2 em 2 meses, com várias novidades e notícias – e a Marca Metal Portugal. Esta marca foi criada em 2015 pela AIMMAP.

Como os alunos revelaram, num questionário preenchido antes da realização desta visita, não ter muitos conhecimentos acerca do setor, também foram abordadas profissões e bens produzidos nestas indústrias.

Os alunos foram participativos e mostraram interesse nesta temática, tão importante para o Produto Interno Bruto do nosso país e para as nossas exportações.

No final, enquanto alguns lanchavam (lanche oferecido pela AIMMAP), esteve a decorrer uma entrevista, pela jornalista Fernanda Teixeira, com muitos “flashes” envolvidos, ao Dr. Gonçalo Lobo Xavier da AIMMAP, à Dr.ª Maria José Vidal do CIC, a um aluno, João Tavares, e à Catarina, sobre o dia da visita de estudo, entrevista que saiu no jornal “Vida Económica” no dia 20 de janeiro.

Reportagem na Vida Económica 1

Reportagem na Vida Económica 2


Visita ao CATIM


Depois do lanche oferecido pela AIMMAP, seguiram para o CATIM (Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica), onde foram recebidos pelo Eng.º Luís Rocha que apresentou o CATIM e as atividades desenvolvidas neste centro tecnológico.

O CATIM faz ensaios funcionais e ensaios de segurança, isto é, ensaios físicos aos produtos solicitados pelos clientes e ensaios que permitem concluir se o produto é seguro.

Os alunos ficaram a saber que o CATIM é uma instituição privada de utilidade pública sem fins lucrativos, ou seja, não é propriedade do Estado (apesar do Estado fazer parte) e todos os lucros são usados para reinvestir, comprar novas máquinas, melhorar os ensaios, desenvolver novos ensaios e apostar em formação.

Todos os ensaios são feitos consoante normas internacionais ou nacionais, não é o CATIM que decide como testar um certo produto ou parte dele.

Ficaram a saber uma curiosidade: todas as balanças que estão nas farmácias nacionais são calibradas pelo CATIM.

Neste centro tecnológico, também são desenvolvidos ensaios de ruído e consultoria às empresas em termos de ambiente, higiene e segurança no trabalho, etc. para estas estarem de acordo com a lei.

Visitaram alguns laboratórios e viram como se fazem alguns ensaios. Foram acompanhados pelo Eng.º Pedro Castro, no laboratório de Estruturas de Aço e Alumínio, onde se testam as soldaduras e a força dos materiais, por exemplo. Nos restantes laboratórios, o Eng.º Luís Rocha guiou-os e explicou todos os procedimentos.

Além de ensaios, o CATIM faz formação e atribui credenciais/licenças em áreas por eles dominadas, como, por exemplo, aos “técnicos de gás” e aos “soldadores de cobre”.

O CATIM também está envolvido em programas de I&D, ou seja, ajuda as empresas a inovar os seus processos produtivos, em parceria com Universidades.
Durante a visita ao CATIM, também foi abordada a Indústria 4.0, que irá modificar vários processos produtivos e postos de trabalho.


Catarina Azevedo, do 12.º CG



 

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