Visita de Estudo a Huelva

Ana Cláudia, do 12.º QABT
14/04/2016

Na semana de quatro a sete de abril, realizou-se uma visita de estudo ao complexo químico de Huelva, na qual participaram os alunos das turmas de Química, Ambiente e Qualidade e de Biotecnologia, desta apenas os da via tecnológica, ambas do 12.º ano.

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O Internato


Na semana de quatro a sete de abril, realizou-se uma visita de estudo ao complexo químico de Huelva, na qual participaram os alunos das turmas de Química, Ambiente e Qualidade e de Biotecnologia, desta apenas os da via tecnológica, ambas do 12.º ano.

Acompanhados pelos professores Joaquim Baptista e Ricardo Silva, os alunos embarcaram numa viagem cujos principais objetivos passavam pela aquisição e aprofundamento de conhecimentos basilares para esses cursos, mas também despertar o interesse para a cultura de outros países, bem como estreitar laços de amizade e socialização entre todos os intervenientes.

Assim, tal como previsto, às 8h30, alunos e professores concentraram- se no pavilhão do ensino básico para o início desta visita, estando a animação escondida pelo sono matinal. A viagem, de aproximadamente oito horas, foi feita sem contratempos, apesar de São Pedro não ajudar, obrigando a um piquenique improvisado, mas cheio de boa disposição e de boas iguarias.

No segundo dia, após um reconfortante “desayuno”, rumou-se a Sevilha, uma cidade espanhola, situada a sudoeste da Península Ibérica, na Comunidade Autónoma de Andaluzia. O “Reales Alcázares” de “Sevilla” captou a atenção de todos pelas conjugações de diversos estilos arquitetónicos e arte, mas também pelos seus magníficos jardins e vegetação envolvente. Com um passeio pelo belo Parque “María Luísa”, a visita prosseguiu, após um reconfortante almoço, até se chegar à majestosa Praça de Espanha, onde se faz jus à cultura espanhola. Esta praça é atravessada por um canal cujas quatro pontes representam os quatro antigos reinos da Espanha, e onde foi possível recarregar energias através de um relaxante e divertido passeio de barco. Antes do Museu “Casa de la Ciencia”, a atenção recaiu sobre o Consulado Português em Sevilha, imponente pelo peso da sua história. Chegando ao museu, um espaço aberto dedicado a amantes da ciência, várias exposições foram apreciadas, dentre as quais uma exposição chocante pela sua crua e desnudada realidade, a exposição “Escreta”, onde os dejetos humanos foram vistos como uma fonte de estudo científico. Para além desta exibição, outras como a “Memoria”, onde é dada uma particular atenção aos cinco sentidos, já que estes são fundamentais para a construção da memória do ser humano, a exposição “Leonardo DaVinci”, que dá vida aos esboços deste génio que nascera fora do seu tempo, e a “Geosevilla”, com a visualização de diversos minerais, fósseis e rochas, que apresenta uma história visual do processo geológico que ocorreu e moldou o nosso planeta desde o Paleozoico até aos dias de hoje.

O dia seguinte começou com a visita à estátua de Cristóvão Colombo, local onde o descobridor partiu em direção à descoberta da Índia pelo Ocidente. Tal como na ciência, onde algumas das maiores descobertas ocorrem por acidente, Cristóvão Colombo não descobriu o caminho marítimo para a Índia via ocidente, mas acabou por descobrir a América. De seguida, visitou-se a empresa “Atlantic Copper”, uma das maiores fábricas produtoras de cobre a nível mundial. A matéria-prima utilizada nesta fábrica provém da extração mineira, nomeadamente das minas de Neves-Corvo em Portugal. Desde o minério à entrada, que contém cerca de 15% (m/m) de cobre, até à eletrólise para a obtenção do produto final, cobre com uma pureza de 99,99% (m/m), pudemos tomar contacto com os vários processos desenvolvidos e aperfeiçoados pela empresa. Elevada condutividade térmica e elétrica, maleabilidade, resistência à corrosão, e poder antimicrobiano são apenas algumas das várias propriedades do cobre, que é utilizado como a matéria- prima ideal para a produção de fio de cobre de alta especificação e da sua subsequente utilização em vários núcleos e máquinas de fio esmaltado. Para além do cobre, nesta indústria, também se obtêm outros produtos, tal como o ácido sulfúrico, que se comercializa para outros processos industriais, nomeadamente na produção de adubos químicos. Outros compostos mais ou menos nobres são separados durante o processo da fundição, por exemplo silicatos de ferro, que são incorporados no alcatrão das autoestradas, e também ouro e prata, metais de elevado valor monetário. Depois da visita à “Atlantic Copper”, o périplo ao complexo Químico de Huelva, o 3.º maior da Europa, prosseguiu podendo-se visualizar a forma como as diversas unidades fabris cooperam entre si, fundamentalmente em termos energéticos. Foi também evidente o grande cuidado ambiental na laboração deste complexo químico, bem patente nas vastas plantações de morangos, vizinhas das várias fábricas ali existentes. Durante este dia, houve ainda a oportunidade de visitar o “Molle das Caravelas”, onde se apreciaram as réplicas de duas Caravelas, comandadas por Cristóvão Colombo na viagem de descoberta da América, “Niña” e “Pinta”.

No regresso a casa, na quinta-feira, houve tempo, ainda, para parar no Parque das Nações, em Lisboa, aproveitando um pouco daquilo que este espaço tem para oferecer em termos culturais e gastronómicos. A chegada ao Colégio deu-se por volta das 18h00, foi pautada pela alegria do reencontro de familiares e pela saudade que já se fazia sentir do convívio e da bonita cidade de Huelva. Como alguém referiu, tudo faz sentido e se completa quando se regressa são e salvo ao ponto de partida, quando se chega a casa!

A opinião unânime dos intervenientes é a de que a viagem foi bastante profícua, não apenas a nível científico e cultural, mas também pela aproximação de laços de amizade e companheirismo entre todos os que participaram nesta visita.


Ana Cláudia, do 12.º QABT


 

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