Barbara Normal SBI05 2 1 1999-12-05T06:12:00Z 1999-12-05T06:12:00Z 3 1453 8287 Costa Gomes 69 16 10177 9.2812 21 0 0

Entre Nós
 

 

 

 

 


Colégio Internato dos Carvalhos – Ensino Básico

Jornal dos grupos Sol Nascente e Criar Março 2000 – Ano I – Nº. 1

Preço: 50 Abraços




 


DIRECÇÃO

Joana Maria Almeida

Joana Villadelprat

 

REDACÇÃO

Vânia Sofia Alves

Sofia Isabel Assunção

Sílvia Sofia Soares

Susana Aracy Freitas

Rosa Maria Gomes

Magda Zenha Ferreira

Anabela Oliveira

André Veríssimo

João Filipe Fernandes

Cláudio Alexandre Fialho

Diogo Pedro Coelho

 

DIGITALIZAÇÃO

Maria Conceição Teiga

Eleutério Henrique Gomes

 

IMPRESSÃO

Livraria Claret

 

Editorial

 

Caro leitor, é com alegria que lhe apresentamos o nosso Jornal. O Entre Nós é resultado do trabalho de alguns alunos do terceiro ciclo do nosso Colégio que, depois do almoço e antes da primeira aula da tarde, aproveitam para realizar coisas novas e diferentes.

Vamos fazer o esforço para, mensalmente, lhe dar a conhecer o que vai acontecendo no nosso Colégio. Para além disso, vamos desenvolver um tema e pedir aos alunos, aos Funcionários, aos Professores e Encarregados de Educação, para darem a sua opinião sobre esse tema. Decidimos também aproveitar o Jornal para divulgar o talento de todos os alunos. Neste primeiro número temos uma página totalmente dedicada à BD.

Uma menção especial para o Pedro Manuel Lopes Ferreira, aluno da turma do 7ºA, que baptizou o nosso Jornal com o nome Entre Nós. O Jornal oferece-lhe a primeira assinatura, grátis, até ao final deste ano lectivo. Pedro, obrigado pela ideia!


 

 
Notícias do nosso Colégio
Janeiras

Durante os dias 4, 5 e 6 de Janeiro, os alunos dos grupos Sol Nascente e Criar cantaram as Janeiras a todas as turmas do 2º e 3º Ciclos. Esta iniciativa ocorreu pela primeira vez no nosso Colégio e foi arrecadada a quantia de 32 mil escudos, que reverte a favor da Campanha Um bolo para Timor.

 

Visita à AMI

No passado dia 24 de Janeiro, os alunos dos mesmos grupos Sol Nascente e Criar, visitaram o Colégio Barão de Nova Sintra e a Sede da AMI no Porto. A visita iniciou-se às 13:40 horas, altura em que um autocarro partiu do Colégio rumo à cidade do Porto. Os alunos foram acompanhados pelos Professores Maria Conceição Teiga e Eleutério Henrique Gomes.

A visita começou no Colégio Barão de Nova Sintra, onde foram visitadas as instalações desta instituição pertencente à Santa Casa da Misericórdia do Porto. Os alunos tiveram a oportunidade de conversar com o Sr. Joaquim Nelson, Prefeito no Colégio, e com alguns alunos que lá se encontravam naquela tarde. A visita à AMI resumiu-se a um debate com a Drª. Cristina Andrade, pois as instalações não puderam ser visitadas devido às obras a que foram sujeitas.

 

Campanha Raoul Follereau

Esta é uma iniciativa já com alguns anos e vem sendo organizada pelo Professor Raul Emílio. A angariação de fundos para a Associação Portuguesa dos Amigos de Raoul Follereau tem sempre três vertentes: a distribuição de um mealheiro pela sala de todas as turmas, para que cada aluno possa participar diariamente na campanha; uma loja com tshirts, chapéus, esferográficas, bolos, etc; e, por último, é feito o peditório na Feira dos Carvalhos, todas as Quartas-feiras. A Campanha teve início no dia 25 de Janeiro e terminou no dia 11 de Fevereiro. Aproveitamos para referir que a doença da Lepra atinge ainda cerca de três milhões de pessoas em todo o mundo, particularmente em países em vias de desenvolvimento, apesar de existir um tratamento eficaz desde o início da década de 80.


Tema e Opinião

 

 

Um menino entre dois mundos

 


Já todos ouvimos falar na história do Elián González. O menino de seis anos foi um dos três sobreviventes no naufrágio, ocorrido a 23 de Novembro do ano passado, de um barco de emigrantes ilegais cubanos que tentavam chegar aos EUA. No acidente morreram dez pessoas, entre elas a mãe e o padrasto do menino, que foi entregue à família paterna residente em Miami. Mas, uma vez que o pai está vivo (è empregado num hotel na cidade cubana de Cardenas) e partilhava a custódia do filho, o Serviço de Imigração e Naturalização decidiu aplicar a lei da família e devolver-lha a criança. Desde então, a família de Miami tenta obter a custódia, argumentando que a mãe arriscou a vida para que o filho pudesse crescer num país livre e ter melhores condições de vida.

O pedido de asilo argumenta que, em Cuba, Elián viverá num ambiente de pobreza, não terá as mesmas oportunidades que os Estados Unidos oferecem (estudos, emprego, assistência médica) e que o seu futuro é incerto. Este argumento, em nosso entender, dava para justificar a ida de todas as crianças pobres da América-Latina, da África e da Ásia, para os EUA.

Por sua vez, em Cuba, Fidel Castro aproveitou o caso para continuar a guerra que trava à décadas com os Estados Unidos. Em Cuba as manifestações são constantes. O povo pede o regresso do pequeno Elián para junto do pai.

Em Miami as manifestações também acontecem com frequência. Homens e mulheres que nunca abandonariam os seus filhos, gritam para que Elián permaneça nos EUA, longe do pai e da terra onde viveu até à dois meses atrás.

É no meio de uma guerra política que vive agora o pequeno Elián Gonzaléz. E os políticos não parecem preocupar-se com ele. Ver a sua mãe morrer e ter estado agarrado à câmara de ar de um pneu durante dois dias já era suficientemente doloroso, dizem psicólogos americanos. Mas o drama agravou-se devido à incessante atenção pública de que o menino tem sido alvo desde que chegou a Miami.

Não é bem o ambiente adequado para quem está a recuperar de múltiplas experiências traumáticas, salienta Jennifer Wood, directora do serviço de prevenção pediátrica de National Mental Health Association, em Miami.

Se voltar a Cuba, o rapaz vai ser outra vez o centro das atenções. O presidente Fidel Castro já mobilizou centenas de milhares de Cubanos em protestos de rua, apelando ao seu regresso. Por outro lado, o menino também pode vir a sentir a falta do seu novo estilo de vida, que inclui receber muitos presentes e brinquedos.

 

O nosso Jornal quis saber a opinião de algumas pessoas sobre este caso. Colocamos a seguinte questão: Na sua opinião, com quem deve viver o pequeno Elián? Porquê? Eis as respostas que recebemos.


 

A resposta só pode ser dada com o conhecimento de algo que não aparece referido no texto, que é a posição do pai perante a vinda da criança para os EUA. Se o pai era conhecedor dessa viagem, se deu o seu acordo para que a mulher e o filho saíssem de Cuba, o pai deve consentir na permanência da criança junto dos familiares. No entanto, um familiar ou um governo (mesmo que muito poderoso) não devem sobrepôr-se à educação de uma criança pela sua família legítima (pais). Se o pai não era conhecedor da viagem (logo não deu o seu acordo para tal), a criança deve ser enviada de imediato para junto do pai.

Professor Manuel Guedes

 

O Elián deve viver no seu país, caso seja essa a sua vontade.

Prefeito Hermínio Fernando Dias

 

A minha opinião é que o pequeno Elián devia regressar a Cuba para viver com o seu pai, apesar de este não ter as mesmas condições que tem o tio-avô nos EUA. O amor do pai é fundamental.

Sr. Augusto Manuel Silva Ferreira

Eu penso que o pai não está a pedir nada de mais, pois um filho é sempre desejado seja qual for a razão ou as condições económicas em que se vive. Apesar de não poder dar ao filho as mesmas condições que os tios oferecem, isso não é razão para este pai ficar sem o seu filho. Portanto, no meu ponto de vista, o pequeno Elián deveria voltar para o pai, a menos que ele próprio se sinta melhor com os seus tios dos EUA.

Srª. Emília Zenha Ferreira

 

Se o Elián gosta do pai é em Cuba de deve viver.

Prefeito Leonel Sousa

 

Não devemos dar a opinião sem estarmos por dentro do assunto. Há sempre argumentos a favor de todas as partes. Não sabemos em que condições vive o Elián, os tios ou o pai! Não sabemos a opinião e os sentimentos do Elián! Só se sabe que ele precisa é de carinho, conforto e alguém que lute ao seu lado por uma vida melhor. Em que condições é que a mãe fugiu com o filho? Será que o Elián gosta do pai? Será que o Elián conhece o pai? Se eu fosse pai, que o filho a meu lado! Não me sinto capaz de afirmar coisas mais concretas.

Professor José Lima

 

Quer se queira ou não, há sempre prós e contras. É difícil dizer o que é melhor para o Elián. Teria de conhecer como é o ambiente familiar, se antes da tragédia o Elián convivia com o pai e que tipo de educação este lhe poderá oferecer. Também é importante conhecer a relação existente com os familiares dos EUA. Elián não precisa só de bens materiais, mas também de amor, carinho e apoio na sua vida futura. Depois de tomar conhecimento sério sobre isto tudo, já poderia responder a esta questão de uma forma mais concreta.

Professora Isabel Pedrosa

 

Entrevista

 

Fizemos a nossa primeira entrevista à Professora Maria da Conceição Mota Castro Teiga, que trabalha no nosso Colégio à nove anos. É casada, tem uma filha com três anos e em Julho dará à luz e seu segundo filho. Vive em Argoncilhe e é adepta do FCP.

 

O mundo acaba no fim deste ano. Confesse o seu maior pecado.

Confessar pecados? Só a um Padre.

O que gostaria que lhe acontecesse durante este ano 2000?

Gostaria de continuar a ser feliz.

Que mistério gostaria de ver resolvido?

Gostaria que fosse descoberta a cura para uma doença rara que afecta alguém de quem eu gosto muito.

Torna-se impossível viver na terra. Quais seriam, além da família, as três pessoas que levaria consigo numa nave?

Alguém que soubesse navegar a nave, alguém que curasse as doenças, alguém que contasse histórias.

Afinal, a máquina do tempo existe. Quais os acontecimentos que gostaria de mudar o rumo.

Evitar todas as guerras e acidentes.

Qual foi o último livro que leu até ao fim?

Como água para chocolate.

Qual o seu desporto preferido?

Futebol.

Pensa que o Euro 2004 vai ajudar ao desenvolvimento do nosso país?

Acho que sim.

Qual o tipo de música que mais gosta de dançar?

Reggae.

Como ocupa os seus tempos livres?

Ler, ver televisão, passear. Brincar com a minha filha.

Qual é o lema da sua vida?

Não faças aos outros aquilo que não queres que te faça a ti.


Escrevam-nos para solnascente_criar@hotmail.com


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