Colégio
Internato dos Carvalhos – Ensino Básico
Joana Maria Almeida
Joana Villadelprat
Vânia Sofia Alves
Sofia Isabel Assunção
Sílvia Sofia Soares
Susana Aracy Freitas
Rosa Maria Gomes
Magda Zenha Ferreira
Anabela Oliveira
André Veríssimo
João Filipe Fernandes
Cláudio Alexandre Fialho
Diogo Pedro Coelho
Maria Conceição Teiga
Eleutério Henrique Gomes
Livraria Claret
Caro leitor, é com alegria que lhe apresentamos o
nosso Jornal. O Entre Nós é resultado
do trabalho de alguns alunos do terceiro ciclo do nosso Colégio que, depois do
almoço e antes da primeira aula da tarde, aproveitam para realizar coisas novas
e diferentes.
Vamos fazer o esforço para, mensalmente, lhe dar a
conhecer o que vai acontecendo no nosso Colégio. Para além disso, vamos
desenvolver um tema e pedir aos alunos, aos Funcionários, aos Professores e
Encarregados de Educação, para darem a sua opinião sobre esse tema. Decidimos
também aproveitar o Jornal para divulgar o talento de todos os alunos. Neste
primeiro número temos uma página totalmente dedicada à BD.
Uma menção especial para o Pedro Manuel Lopes
Ferreira, aluno da turma do 7ºA, que baptizou o nosso Jornal com o nome Entre Nós. O Jornal oferece-lhe a
primeira assinatura, grátis, até ao final deste ano lectivo. Pedro, obrigado
pela ideia!
Durante os dias 4, 5 e 6 de Janeiro, os alunos dos grupos Sol Nascente e Criar cantaram as Janeiras a todas as turmas do 2º e 3º Ciclos. Esta iniciativa ocorreu pela primeira vez no nosso Colégio e foi arrecadada a quantia de 32 mil escudos, que reverte a favor da Campanha Um bolo para Timor.
Visita à AMI
No passado dia 24 de Janeiro, os alunos dos
mesmos grupos Sol Nascente e Criar, visitaram o Colégio Barão de Nova Sintra e
a Sede da AMI no Porto. A visita iniciou-se às 13:40 horas, altura em que um
autocarro partiu do Colégio rumo à cidade do Porto. Os alunos foram
acompanhados pelos Professores Maria Conceição Teiga e Eleutério Henrique
Gomes.
A visita começou no Colégio Barão de Nova
Sintra, onde foram visitadas as instalações desta instituição pertencente à
Santa Casa da Misericórdia do Porto. Os alunos tiveram a oportunidade de
conversar com o Sr. Joaquim Nelson, Prefeito no Colégio, e com alguns alunos
que lá se encontravam naquela tarde. A visita à AMI resumiu-se a um debate com
a Drª. Cristina Andrade, pois as instalações não puderam ser visitadas devido
às obras a que foram sujeitas.
Esta é uma iniciativa já com alguns anos e
vem sendo organizada pelo Professor Raul Emílio. A angariação de fundos para a
Associação Portuguesa dos Amigos de Raoul Follereau tem sempre três vertentes:
a distribuição de um mealheiro pela sala de todas as turmas, para que cada
aluno possa participar diariamente na campanha; uma loja com tshirts, chapéus,
esferográficas, bolos, etc; e, por último, é feito o peditório na Feira dos
Carvalhos, todas as Quartas-feiras. A Campanha teve início no dia 25 de Janeiro
e terminou no dia 11 de Fevereiro. Aproveitamos para referir que a doença da
Lepra atinge ainda cerca de três milhões de pessoas em todo o mundo,
particularmente em países em vias de desenvolvimento, apesar de existir um
tratamento eficaz desde o início da década de 80.
Tema e Opinião
Um menino entre dois mundos
Já todos ouvimos falar na
história do Elián González. O menino de seis anos foi um dos três sobreviventes
no naufrágio, ocorrido a 23 de Novembro do ano passado, de um barco de
emigrantes ilegais cubanos que tentavam chegar aos EUA. No acidente morreram
dez pessoas, entre elas a mãe e o padrasto do menino, que foi entregue à
família paterna residente em Miami. Mas, uma vez que o pai está vivo (è
empregado num hotel na cidade cubana de Cardenas) e partilhava a custódia do
filho, o Serviço de Imigração e Naturalização decidiu aplicar a lei da família
e devolver-lha a criança. Desde então, a família de Miami tenta obter a custódia,
argumentando que a mãe arriscou a vida para que o filho pudesse crescer num país livre e ter melhores
condições de vida.
O pedido de asilo argumenta
que, em Cuba, Elián viverá num ambiente de pobreza, não terá as mesmas
oportunidades que os Estados Unidos oferecem (estudos, emprego, assistência
médica) e que o seu futuro é incerto. Este argumento, em nosso entender, dava
para justificar a ida de todas as crianças pobres da América-Latina, da África
e da Ásia, para os EUA.
Por sua vez, em Cuba, Fidel
Castro aproveitou o caso para continuar a guerra que trava à décadas com os
Estados Unidos. Em Cuba as manifestações são constantes. O povo pede o regresso
do pequeno Elián para junto do pai.
Em Miami as manifestações
também acontecem com frequência. Homens e mulheres que nunca abandonariam os
seus filhos, gritam para que Elián permaneça nos EUA, longe do pai e da terra
onde viveu até à dois meses atrás.
É no meio de uma guerra
política que vive agora o pequeno Elián Gonzaléz. E os políticos não parecem
preocupar-se com ele. Ver a sua mãe morrer e ter estado agarrado à câmara de ar
de um pneu durante dois dias já era suficientemente doloroso, dizem psicólogos
americanos. Mas o drama agravou-se devido à incessante atenção pública de que o
menino tem sido alvo desde que chegou a Miami.
Não é bem o ambiente adequado para quem está a recuperar de múltiplas
experiências traumáticas, salienta Jennifer Wood, directora do serviço de prevenção pediátrica
de National Mental Health Association, em Miami.
Se voltar a Cuba, o rapaz
vai ser outra vez o centro das atenções. O presidente Fidel Castro já mobilizou
centenas de milhares de Cubanos em protestos de rua, apelando ao seu regresso.
Por outro lado, o menino também pode vir a sentir a falta do seu novo estilo de
vida, que inclui receber muitos presentes e brinquedos.
O nosso Jornal quis saber a
opinião de algumas pessoas sobre este caso. Colocamos a seguinte questão: Na
sua opinião, com quem deve viver o pequeno Elián? Porquê? Eis as respostas
que recebemos.
A resposta só pode ser dada
com o conhecimento de algo que não aparece referido no texto, que é a posição
do pai perante a vinda da criança para os EUA. Se o pai era conhecedor dessa
viagem, se deu o seu acordo para que a mulher e o filho saíssem de Cuba, o pai
deve consentir na permanência da criança junto dos familiares. No entanto, um
familiar ou um governo (mesmo que muito poderoso) não devem sobrepôr-se à
educação de uma criança pela sua família legítima (pais). Se o pai não era
conhecedor da viagem (logo não deu o seu acordo para tal), a criança deve ser
enviada de imediato para junto do pai.
Professor Manuel Guedes
O Elián deve viver no seu país, caso seja essa a sua
vontade.
Prefeito Hermínio Fernando Dias
A minha opinião é que o pequeno Elián devia regressar a Cuba para viver com o seu pai, apesar de este não ter as mesmas condições que tem o tio-avô nos EUA. O amor do pai é fundamental.
Sr. Augusto Manuel Silva Ferreira
Eu penso que o pai não está a pedir nada de mais, pois um filho é sempre desejado seja qual for a razão ou as condições económicas em que se vive. Apesar de não poder dar ao filho as mesmas condições que os tios oferecem, isso não é razão para este pai ficar sem o seu filho. Portanto, no meu ponto de vista, o pequeno Elián deveria voltar para o pai, a menos que ele próprio se sinta melhor com os seus tios dos EUA.
Srª. Emília Zenha Ferreira
Se o Elián gosta do pai é em Cuba de deve viver.
Prefeito Leonel Sousa
Não devemos dar a opinião
sem estarmos por dentro do assunto. Há sempre argumentos a favor de todas as
partes. Não sabemos em que condições vive o Elián, os tios ou o pai! Não
sabemos a opinião e os sentimentos do Elián! Só se sabe que ele precisa é de
carinho, conforto e alguém que lute ao seu lado por uma vida melhor. Em que
condições é que a mãe fugiu com o filho? Será que o Elián gosta do pai? Será
que o Elián conhece o pai? Se eu fosse pai, que o filho a meu lado! Não me
sinto capaz de afirmar coisas mais
concretas.
Professor José Lima
Quer se queira ou não, há sempre prós e contras. É difícil dizer o que é melhor para o Elián. Teria de conhecer como é o ambiente familiar, se antes da tragédia o Elián convivia com o pai e que tipo de educação este lhe poderá oferecer. Também é importante conhecer a relação existente com os familiares dos EUA. Elián não precisa só de bens materiais, mas também de amor, carinho e apoio na sua vida futura. Depois de tomar conhecimento sério sobre isto tudo, já poderia responder a esta questão de uma forma mais concreta.
Professora Isabel Pedrosa
Entrevista
Fizemos a nossa primeira entrevista à Professora Maria da Conceição Mota Castro Teiga, que trabalha no nosso Colégio à nove anos. É casada, tem uma filha com três anos e em Julho dará à luz e seu segundo filho. Vive em Argoncilhe e é adepta do FCP.
O mundo acaba no fim deste ano. Confesse o seu maior pecado.
Confessar pecados? Só a um Padre.
O que gostaria que lhe acontecesse durante este ano 2000?
Gostaria de continuar a ser feliz.
Que mistério gostaria de ver resolvido?
Gostaria que fosse descoberta a cura para uma doença
rara que afecta alguém de quem eu gosto muito.
Torna-se impossível viver na terra. Quais seriam, além da família, as
três pessoas que levaria consigo numa nave?
Alguém que soubesse navegar a nave, alguém que curasse as doenças, alguém que contasse
histórias.
Afinal, a máquina do tempo existe. Quais os acontecimentos que gostaria
de mudar o rumo.
Evitar todas as guerras e acidentes.
Qual foi o último livro que leu até ao fim?
Como água para
chocolate.
Qual o seu desporto preferido?
Futebol.
Pensa que o Euro 2004 vai ajudar ao desenvolvimento do nosso país?
Acho que sim.
Qual o tipo de música que mais gosta de dançar?
Reggae.
Como ocupa os seus tempos livres?
Ler, ver televisão, passear. Brincar com a minha
filha.
Qual é o lema da sua vida?
Não faças aos
outros aquilo que não queres que te faça a ti.