Indisciplina
e violência na escola: efeitos de uma autoridade psicodinâmica Feliciano
Henriques Veiga
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![]() Feliciano Henriques Veiga Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
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A conferência consta de duas partes fundamentais. Uma acerca de conceptualizações, ocorrências e efeitos da indisciplina e da violência ocorridas nas escolas. Outra que engloba a apresentação de um estudo empírico que teve como objectivo investigar os efeitos da utilização pelos professores do Programa de Intervenção Psicodinâmico (PIP) (Veiga, 1999), nos comportamentos escolares dos alunos. Um grupo de professores, depois de ter recebido formação no PIP, participou neste estudo, que envolveu alunos do 7º ano de escolaridade. Como instrumentos de avaliação, foram utilizadas as escalas distracção-transgressão, felicidade, orientação para a tarefa, e violência – já trabalhadas em anteriores estudos (Veiga, 1996; 1999; 2001). As escalas foram aplicadas antes e após a realização da experiência (intervenção). Ao grupo experimental foi aplicado o programa PIP, e o grupo de controlo continuou a ser objecto do tipo de relação professor-aluno, até aí havido. A intervenção teve a duração aproximada de 15 semanas de aulas. Os resultados obtidos destacam a existência de diferenças estaticamente significativas no grupo experimental, entre a situação de pré-teste e de pós-teste, sem que o mesmo tenha ocorrido no grupo de controlo. Nas várias análises realizadas, as diferenças entre o grupo de controlo e o grupo experimental passaram de não significativas, na situação de pré-teste, para estatisticamente significativas e favoráveis ao grupo experimental, na situação de pós-teste. O estudo realizado destaca benefícios para os alunos, com melhoria dos seus comportamentos escolares (diminuição da indisciplina e de comportamentos violentos). Uma intervenção com maior duração e mais elementos envolvidos na aplicação do PIP poderia, muito provavelmente, ter produzido efeitos mais notórios ainda, e mesmo noutras dimensões pessoais e relacionais dos alunos. |
Para
uma cooperação entre a escola e a família Maria
Teresa Estrela |
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A disciplina escolar não constitui um fim em si mesma, mas é um meio de socialização, de desenvolvimento sócio-moral e de criação da ordem necessária a uma aprendizagem institucionalmente organizada e feita colectivamente em grupos de crianças e jovens. Por isso, a indisciplina que perturba essa ordem constitui, desde que a escola existe, uma preocupação de pensadores e educadores e, no século findo, constituiu igualmente uma preocupação dos investigadores. Oriundos de disciplinas científicas diferentes e de diferentes abordagens no interior de cada disciplina, os estudos sobre a indisciplina têm posto em evidência a dificuldade em definir e delimitar o fenómeno, a diversidade das causas que concorrem para a sua génese e a maior eficácia da prevenção relativamente à correcção das situações de indisciplina. É, portanto, no plano da prevenção que é conveniente actuar pela neutralização ou atenuação das causas que estão na sua origem e que se podem imputar ao aluno, ao professor, à escola, ao sistema educativo, à família e à sociedade. Dada a complexidade das sociedades actuais e dos problemas que as atravessam, de entre os quais o disfuncionamento das famílias e a negligência em relação à educação dos filhos não são certamente as menores, impõem-se soluções de carácter sistémico. Os professores têm que se abrir ao diálogo com as famílias restituindo-lhes o reconhecimento das suas competências educativas e da sua capacidade de resolução de problemas, sem, obviamente, abdicar daquelas que lhes são próprias. O quadro actual da gestão escolar e a ênfase dada à educação da cidadania poderão fornecer o quadro legal e os princípios orientadores desse diálogo. A investigação sobre a indisciplina e sobre as relações escola-família poderão dar sugestões de estratégias das quais se apresentarão alguns exemplos. |
![]() Maria
Teresa Estrela
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Incidentes
críticos na sala de aula: |
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Anabela Sousa Pereira |
Carlos Fernandes da Silva
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TÓPICOS:
METODOLOGIA:
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