Indisciplina e agressividade: a experiência duma intervenção num grupo

Esmeralda Pinto e Domingos Gomes

No CEI todos os alunos são benvindos. Como tal, todos os anos recebe alunos de diferentes graus de ensino, o que exige um duplo esforço de adaptação; dos alunos ao CEI e deste aos alunos. À medida que a idade dos alunos admitidos vai aumentando, as dificuldades vão sendo outras porque as problemáticas se tornam também um pouco mais complexas. Por vezes, estes alunos não reúnem as melhores condições afectivas e relacionais – não esquecendo as cognitivas -, necessárias ao seu sucesso educativo. Normalmente, destes alunos novos, surge um ou outro, por ano e por turma, onde a mútua adaptação que referimos se efectua em tempo útil e de forma harmoniosa.

No entanto, nem sempre isto acontece. No ano lectivo de 2000/01, entraram para o CEI e para o 7º ano, cinco elementos já com um percurso escolar marcado por algumas dificuldades, seja de aprendizagem, seja de comportamento. Estes alunos desde o início mostraram uma postura diferente do restante grupo. Apresentavam também dificuldades de aprendizagem, falta de motivação e falta de empenho. Os professores, de imediato alertados para esta situação, analisaram a situação e realizaram algumas intervenções no sentido de modificar estes comportamentos. No entanto, estas acções tiveram um efeito muito limitado. Mais ainda, com o decorrer do tempo, a qualidade da relação destes alunos com os pares foi-se degradando, o seu comportamento tornou-se mais agressivo, por vezes violento – verbal e fisicamente -. Ao surgirem estes comportamentos, a escola, através da directora de turma, encetou um trabalho com as famílias, com o objectivo de, em conjunto, encontrarem formas de combater estes comportamentos e ajudar na promoção do desenvolvimento dos alunos. Desta relação estreita com a família, cedo se concluiu que todos estes alunos, cada um pelas suas razões, tinham um fundo de instabilidade afectiva muito grande.

Apesar deste esforço conjunto, os comportamentos começaram a tornar-se problemáticos e a degradarem o relacionamento na turma. Nesse momento os responsáveis pelo gabinete de psicologia que tinham acompanhado toda a situação duma forma indirecta, propõem ao conselho de turma a constituição de um grupo terapêutico, segundo orientações psicodinâmicas.

Esta comunicação pretende expor o trabalho que foi realizado no âmbito deste grupo e os resultados obtidos através desta acção.

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Das escalas de valores... Às escolas de valores.

J. Vieira Lourenço

São tópicos fundamentais da nossa intervenção os seguintes:

1. Num primeiro momento faremos uma breve abordagem desta temática partindo da questão filosófica relativa à hierarquia dos valores.

Se considerarmos que os valores são os guias, os meios, que ajudam os homens e mulheres a realizar os seus projectos de humanidade, veremos que esta questão não é consensual na tradição filosófica ocidental.
Daí que tenha sentido, a título meramente exemplificativo, falar nas escalas de valores propostas por alguns filósofos.

2. Num segundo momento será feita uma breve referência à questão dos critérios valorativos considerando que são precisamente tais critérios que nos permitem dar sentido à questão da hierarquização dos valores.

3. No terceiro momento, aquele que pretenderemos desenvolver mais, abordaremos a questão da escola actual interrogando-nos até que ponto ela é verdadeiramente uma escola de valores e para os valores, defendendo que hoje, mais do que nunca, são necessários projectos pedagógicos que aliem as aprendizagens à educação na cidadania e para a cidadania.

4. E em notas conclusivas manifestaremos a nossa concordância com o Conselho Nacional de Educação quando defende que “na educação em geral, e em particular na perspectiva da educação para a cidadania, a escola deve assumir a sua natureza subsidiária, em termos de se constituir como extensão do processo educativo centrado primariamente na família”, o que aliás é fundamental para a construção de uma escola entendida como comunidade educativa.

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Disciplinando meninas e meninos

Clara Moura Lourenço e Maria Jorge Ferro  

A escola do século XX deixa-nos uma herança significativa no que diz respeito à democratização e à educação para todos e sobretudo para todos. Apesar das resistências, não podemos ficar indiferentes perante a extraordinária capacidade que a instituição demonstrou de se adaptar às novas necessidades sócio-culturais sem perder de vista a sua verdadeira razão de ser que são as crianças e jovens que a frequentam. Porém, sentimos hoje que esse grande ideal de promover a igualdade de oportunidades que norteou a escola do século XX se encontra num impasse: a igualdade é um logro tanto à partida como à chegada.

Este não parece ser o único problema que a escola dos nossos dias tem de enfrentar embora o facto de as preocupações educativas actuais se esgotarem, por vezes, na procura de soluções para o insucesso escolar e a consequente exclusão social, a insubordinação e a violência, as exigências do mercado, etc... nos leve a crer que o problema da igualdade de oportunidade é de facto O PROBLEMA. Logo, a questão que se coloca passa pela reflexão sobre os valores e as finalidades da escola.

Poderá a escola encerrar, ainda, virtualidades de correcção das injustiças que a sociedade de informação actual tornou mais evidentes?

Quando sabemos que a crença num mundo justo pode existir numa sociedade injusta, surge-nos que a educação para a cidadania parece ser agora a panaceia para todos os males da escola. É tal o seu poder encantatório que toda a gente está de acordo sobre a necessidade de uma tal educação e ao que parece toda a gente fala do mesmo quando fala de cidadania. Mas será que é assim? O que é que verdadeiramente estamos a pedir à escola quando lhe pedimos que eduque as nossas crianças e jovens? Que esperamos das famílias? Que relação entre a escola e a família?

A reflexão que nos propomos desenvolver, parte do estudo exploratório de alguns manuais escolares e da análise de temas e propostas de actividades, para interrogar e procurar compreender os papéis da escola e da família disciplinando meninas e meninos.

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A Música como fonte motivadora de disciplina na escola

Maria do Rosário Sousa

 

Tópicos a desenvolver nesta comunicação:

A importância e o papel do professor na escola actual – a autoridade e a motivação.

A relação escola-família – uma relação imprescindível na educação.

A música como forma de comunicação e de desenvolvimento da personalidade humana. Conceito de pedagogia musical. Pedagogos e metodologias inovadoras no ensino e aprendizagem da música. A música e a sua ligação interdisciplinar.

Jogos e actividades musicais – caminhos para a interiorização e para a disciplina na sala de aula, na família e na sociedade.