Sebastião Salgado

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado é um dos mais respeitados fotojornalistas da actualidade. Nomeado como Representante Especial do UNICEF em 3 de Abril de 2001, dedicou-se a fazer crónicas sobre a vida das pessoas excluídas, trabalho que resultou na publicação de 10 livros e realização de várias exposições, tendo recebido vários prémios e homenagens na Europa e no continente americano. "Espero que a pessoa que entre nas minhas exposições não seja a mesma ao sair" diz Sebastião Salgado. "Acredito que uma pessoa comum pode ajudar muito, não apenas doando bens materiais, mas participando, sendo parte das trocas de ideias, estando realmente preocupada sobre o que está acontecendo no mundo".

Formado em economia, Sebastião Salgado, começou a trabalhar com fotografia em 1973. Seu primeiro livro, Outras Américas, sobre os pobres na América Latina, foi publicado em 1986. Na sequência, publicou Sahel: O Homem em Pânico (também publicado em 1986), resultado de uma longa colaboração de 15 meses com a ONG Médicos sem Fronteiras cobrindo a seca no Norte da África. Entre 1986 e 1992, ele concentrou-se na documentação do trabalho manual em todo o mundo, publicada e exibida sob o nome Trabalhadores, um feito monumental que confirmou sua reputação como fotodocumentarista de primeira linha. De 1993 a 1999, ele voltou sua atenção para o fenómeno global de desalojamento em massa de pessoas, que resultou em Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, publicados em 2000 e aclamados internacionalmente.

Na introdução de Êxodos, ele escreveu: "Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reacções das pessoas são semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações extremas…" Trabalhando inteiramente com fotos em preto e branco, o respeito de Sebastião Salgado pelo seu objecto de trabalho e sua determinação em mostrar o significado mais amplo do que está acontecendo com essas pessoas criou um conjunto de imagens que testemunham a dignidade fundamental de toda a humanidade ao mesmo tempo que protestam contra a violação dessa dignidade por meio da guerra, pobreza e outras injustiças.

Ao longo dos anos, Sebastião Salgado tem contribuído generosamente com organizações humanitárias incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, (ACNUR), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos sem Fronteiras e a Amnistia Internacional.Com sua mulher, Lélia Wanick Salgado, apoia actualmente um projecto de reflorestamento e revitalização comunitária em Minas Gerais.